De acordo com o grupo de direitos humanos ActionAid, em Joanesburgo e Cidade do Cabo, é crescente o número de ataques homofóbicos e estupros contra mulheres homossexuais como forma de punição ou “cura”.
Um dos grupos de defesa de lésbicas e gays declara que lidam com 10 novos casos de mulheres vítimas de “estupros coletivos” por dia, apenas na Cidade do Cabo. A estimativa é que 500 mil estupros acontecem na África do Sul todo ano e que para cada 25 homens acusados de estupro, 24 são absolvidos.
A maioria das vítimas declara que os estupradores dizem estar “ensinado uma lição a elas” ou mostrando como ser “uma mulher de verdade”. Zanele Twala, diretora do ActionAid da África do Sul, diz que “os chamados ‘estupros corretivos’ é uma manifestação grotesca da violência contra a mulher, a mais difundida violação dos direitos humanos no mundo de hoje. Esses crimes continuam crescendo e impunes, enquanto o governo simplesmente fecha os olhos”.
Uma das vítimas disse ao ActionAid: “Nós somos insultadas todos os dias, batem em nós quando andamos sozinhas na rua. Você é constantemente lembrada de que merece ser estuprada. Eles acreditam que se te estuprarem, você vai virar hétero, comprar saias e começar a cozinhar, porque você terá aprendido como ser uma mulher de verdade.”
No mais, o número real de mulheres assassinadas deve ser muito maior do que os dados revelam, porque os crimes de ódio com base na orientação sexual não são reconhecidos no sistema legal do país.