O Quênia revelou que irá realizar o primeiro censo de homossexuais. É a primeira vez que um país africano fará tal estudo. Segundo o governo, a pesquisa faz parte dos esforços para barrar o avanço da Aids.
Apesar da boa intenção, a ideia de se mapear os homossexuais do Quênia gerou polêmica entre a população, pois a homossexualidade é crime no país com pena de até 14 anos de prisão. Por conta disso, analistas preveem que dificilmente se obterá um número preciso.
Nicholas Muraguri, chefe do programa de combate a Aids queniano, disse à BBC que é dever do governo dialogar com a comunidade gay. "Os quenianos não podem se dar ao luxo de dizer que a comunidade gay está isolada em um canto, eles são parte de nossas vidas", afirmou. "Precisamos chegar a este grupo com informações e serviços para que eles saibam como se proteger de infecções".
O diretor do programa assume que os dados coletados dificilmente serão precisos, visto que os homossexuais do Quênia vivem na clandestinidade. Otimista, ele afirma que, mesmo assim, qualquer número a respeito dos gays pode ajudar na campanha anti-HIV.
O censo deve ter início em junho do ano que vem.