A Polícia Civil de Cuiabá, no Brasil, concluiu a investigação sobre a agressão ao psicólogo Douglas Luiz Rocha de Amorim, que ocorreu no banheiro da boate Nunn Garden no dia 13 de janeiro de 2025. O delegado Flávio Henrique Stringueta determinou que não havia indícios de homofobia por trás do ataque, o que resultou na não formalização do indiciamento do suspeito, Yuri Matheus de Siqueira Matos.
O caso ganhou notoriedade após Douglas afirmar em seu boletim de ocorrência que Yuri teria dito “vou ensinar esse veado a respeitar homem” antes de atacá-lo. Entretanto, as investigações não conseguiram corroborar essa afirmação, já que nenhuma testemunha presente no local confirmou ter ouvido tal declaração.
Ao longo do inquérito, Yuri alegou que a agressão foi desencadeada por um desentendimento no banheiro. Ele afirmou que Douglas tentou tocar em sua genitália, o que levou a uma discussão. Por sua vez, Douglas negou a tentativa de contato, mas reconheceu que havia chamado Yuri de “homofóbico” durante a briga.
Funcionários da boate relataram que Yuri havia informado sobre a discussão antes da agressão e que presenciaram os insultos entre os dois. Além disso, imagens de câmeras de segurança mostraram Yuri se preparando para a briga ao retirar seu relógio antes do ataque, o que sugere uma intenção de confronto. Ele admitiu ter agredido Douglas, mas negou que a motivação fosse homofóbica.
O delegado, ao analisar as contradições nas versões apresentadas por Douglas e Yuri, optou por não indiciar formalmente o suspeito, aplicando o princípio jurídico do “in dubio pro reo” (na dúvida, a decisão deve favorecer o réu). Assim, Yuri responderá apenas por lesão corporal leve, um crime de menor potencial ofensivo que pode resultar em transação penal.
A Polícia Civil enviou o relatório ao Ministério Público, que agora avaliará se apresentará uma denúncia contra o suspeito. O desfecho desse caso levanta questões importantes sobre a percepção de agressões homofóbicas e a necessidade de uma análise cuidadosa e fundamentada nas investigações de crimes motivados por discriminação. É essencial que a comunidade LGBT continue a lutar por justiça e reconhecimento em casos de violência, reafirmando a importância do respeito e da dignidade para todos.
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