Alice Weidel, uma mulher gay com parceira do Sri Lanka, lidera o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), conhecido por sua oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e por defender valores familiares tradicionais. Sua liderança tem impulsionado o apoio ao AfD, que se tornou o partido de extrema direita mais bem-sucedido na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial, conquistando mais de 20% dos votos nas eleições nacionais, ficando em segundo lugar apenas atrás da aliança conservadora CDU/CSU liderada por Friedrich Merz.
Nascida em Gütersloh, na Alemanha Ocidental, Weidel se formou em negócios e economia, e trabalhou em instituições financeiras como Goldman Sachs e o Banco da China. Sua experiência internacional inclui seis anos na China, onde obteve um doutorado e se tornou fluente em mandarim. Essa trajetória profissional a distingue da maioria dos membros do AfD, que geralmente provêm da antiga Alemanha Oriental. Especialistas afirmam que sua imagem profissional ajuda o partido a atrair eleitores de classe média, sendo vista como a “adulto na sala” entre as vozes mais extremas do AfD.
Weidel abraçou totalmente a postura nacionalista e anti-imigração do AfD. Inicialmente se juntou ao partido em razão da oposição a resgates do euro, mas logo direcionou seu foco para a política de imigração e identidade alemã. Suas declarações sobre imigrantes têm gerado controvérsia, mas elas ressoam com os apoiadores do partido. Em um congresso recente, ela pediu pela “repatriação em larga escala de estrangeiros”, enfatizando cada sílaba enquanto a multidão aplaudia.
Ela também expressou ceticismo em relação às mudanças climáticas e às vacinas contra a Covid, e endossou a teoria da “Grande Substituição”, que alega que elites estão deliberadamente substituindo populações nativas por imigrantes, frequentemente visando europeus brancos. Em uma discussão online com o bilionário Elon Musk, Weidel afirmou que os nazistas não eram “de direita” e descreveu Hitler como “um cara comunista e socialista”.
Recentemente, durante um comício do AfD, Weidel declarou que o partido está agora “firmemente ancorado” no sistema político da Alemanha, após a conquista do segundo lugar nas eleições nacionais. Ela também advertiu os partidos tradicionais que se não colaborarem com o AfD, eles poderão ser superados nas próximas eleições.
Apesar de sua vida pessoal contrastar com os ideais conservadores do partido, Weidel evita enfatizar sua identidade, desconsiderando o casamento entre pessoas do mesmo sexo como irrelevante e se recusando a se rotular como queer. Ela defende que o AfD é o único partido disposto a abordar a hostilidade que pessoas LGBT enfrentam de imigrantes muçulmanos.
A história familiar de Weidel também despertou atenção, pois seu avô, Hans Weidel, foi juiz nazista nomeado por Adolf Hitler, algo que ela afirma ter descoberto apenas por meio de pesquisas. Mesmo assim, ela continua a pressionar por leis de imigração mais rígidas e um referendo sobre a adesão da Alemanha à União Europeia, aspirando a um modelo semelhante ao Brexit se a UE não conseguir reformar o que ela chama de “déficit democrático”.
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