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All Star Converse cai no gosto dos gays e vira item fashion

Na moda, quase tudo dura pouco, exceto clássicos como a Levi’s 505, a pólo da Lacoste ou o Ray Ban Aviador. Nessa seleta lista, o pisante mais lembrado é, sem dúvida, o All Star Converse.

Ele era usado no basquete. Já foi – e ainda é – símbolo do rock. Virou item fashion. E agora parece que ele tomou conta de vez da cena gay. Comprido e fino, feito de lona e com bico de borracha, os mais de 900 modelos de All Star têm feito a cabeça das bees mais antenadas.

Como não poderia deixar de ser, os novos fãs do tênis têm ousado na escolha de seus modelitos de lona. Branco, rosa, prata e até dourado fazem parte do sapateiro de gays como Flávio Grespan. “Quando vi aquela coisa prateada, super-brilhante, não pensei duas vezes, comprei na hora”, explica Flávio. “Todo mundo olha para eles. Adoro dar close com meu All Star.”

A versatilidade e um certo despojamento que o All Star passa fazem com o que o calçado continue sendo ícone absoluto nesses tempos pós-modernos, quando trocar de identidade é uma brincadeira corriqueira. “Sábado à tarde, encontro meus amigos na Galeria do Rock, depois vou a um show de reggae e acabo a noite no Ultralounge. Tudo isso com meu All Star branco ou o preto de cano alto”, diz o fotógrafo Alê Campos, chacoalhando seu cabelo rastafári.

Hoje, o pisante não é mais indicado para práticas esportivas, mas virou clássico do design e objeto de fetiche para colecionadores. Também funciona como forma de identificação das tribos urbanas. Quer um exemplo? O povo do metal só usa de cano alto, de preferência na cor preta. Os de cano baixo, com salto ou outros frufrus são considerados burgueses demais.

Já os fashionistas preferem os estampados. Estilistas famosos, como Alexandre Herchcovitch, Sommer e Marc Jacobs, são os prediletos da turma. O jornalista de moda André do Val, por exemplo, tem como xodó seu All Star com estampa florida de Herchcovitch. “A Marcelona [performer paulista] que me deu. Quando uso, me param e perguntam de onde é”, revela André, que ainda adora as edições especiais da Doc Dog e a linha retrô Chuck Taylor.

“All Star é uma tela, dá para fazer de tudo. Uma vez, meu namorado passou spray dourado em um e eu usei até gastar”, comenta.

Uma coisa é certa. Assim como aquela camiseta branca básica e um bom jeans não podem faltar no seu guarda-roupa, um bom All Star Converse também não. Pode ser de couro, azul, verde, rosa, florido, brilhante, fosco…

*Texto extraído da edição 02 da revista A Capa

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