Mudanças drásticas nas políticas de conteúdo da Meta, empresa mãe do Facebook, Instagram e Threads, estão gerando preocupações significativas sobre a segurança das comunidades LGBTQIA+. Em um anúncio feito por Mark Zuckerberg em 7 de janeiro de 2025, a Meta anunciou a redução da censura e a eliminação de verificadores de fatos, além de promover mais conteúdo político nas suas plataformas. Essas mudanças foram apresentadas por Zuckerberg como uma volta às raízes da empresa, focando na redução de erros e na restauração da liberdade de expressão.
Zuckerberg mencionou que a vitória de Donald Trump nas eleições representa um “ponto de virada cultural” em favor da liberdade de expressão, e as alterações começariam a ser implementadas nos Estados Unidos. Ele afirmou que a abordagem de outras plataformas, como o X (anteriormente Twitter), que permite que os usuários adicionem contexto a postagens, inspirou a Meta a seguir um caminho semelhante. No entanto, essa mudança significa que a Meta está eliminando restrições sobre tópicos sensíveis, como imigração e gênero, que, segundo Zuckerberg, estão “desatualizadas” em relação ao discurso mainstream.
Uma das alterações mais alarmantes é a remoção de salvaguardas contra linguagem desumanizadora. As novas diretrizes permitem que discursos que negam a existência de grupos protegidos, que comparam mulheres e pessoas queer a objetos inanimados, e que se referem a pessoas trans como “isso” sejam permitidos. Além disso, a Meta alterou sua terminologia, substituindo o termo “discurso de ódio” por “conduta odiosa” e removendo definições claras de ofensas.
As reações a essas mudanças foram imediatas e críticas. O Primeiro-Ministro da Austrália, Anthony Albanese, destacou a responsabilidade social das redes sociais e a necessidade de políticas que protejam os usuários. A presidente da GLAAD, Sarah Kate Ellis, expressou preocupações sobre como essas mudanças podem tornar as plataformas da Meta inseguras para pessoas LGBTQIA+ e outros grupos marginalizados, permitindo que discursos de ódio e violência contra essas comunidades sejam normalizados.
A senadora Sarah Hanson-Young, do Partido Verde, também se manifestou, chamando as mudanças de “perigosas” e alertando para um aumento da desinformação e do abuso nas redes sociais. Com isso, as novas diretrizes da Meta afastam-se significativamente de qualquer compromisso com a segurança e proteção dos usuários, particularmente aqueles que já estão em situações vulneráveis na sociedade. Esta situação exige vigilância e ação contínua por parte da comunidade e defensores dos direitos humanos para garantir que a liberdade de expressão não seja usada como justificativa para a disseminação de ódio e desinformação.
Quer ficar por dentro de tudo que rola? Dá aquele follow no Insta do Acapa.com.br clicando aqui e cola com a gente nas notícias mais quentes