Encontrar uma comunidade, seja online ou pessoalmente, pode ser transformador. A internet tem sido uma ferramenta crucial para muitos jovens na exploração de suas identidades, especialmente para aqueles que se sentem isolados em seu ambiente imediato. A história de como as amizades online ajudaram uma pessoa a navegar por sua identidade queer ilustra perfeitamente esse fenômeno.
Crescer com o acesso à internet significa estar ciente dos seus perigos, como o compartilhamento excessivo de informações pessoais e a permanência digital do que postamos. No entanto, para muitos adolescentes, a internet serve como uma escapada, um lugar para formar conexões que não são possíveis em suas vidas cotidianas. A geração de 1997, situada entre a Geração Z e os Millennials, experimentou o início vibrante de plataformas como Twitter e Tumblr, que ofereciam novos meios de expressão e socialização.
Durante o verão de 2015, a participação em um concurso de arte no Twitter se tornou o ponto de partida para uma amizade significativa com uma pessoa chamada El. Através de trocas de mensagens, compartilharam interesses em bandas de rock, álbuns de Taylor Swift e mais. Eventualmente, El compartilhou que era gay. Este foi um momento significativo, pois, diferentemente de sua vida offline, onde a sexualidade ainda era um tópico tabu devido à sua educação religiosa rigorosa, a internet proporcionou um espaço seguro para explorar e discutir tais questões abertamente.
Essa amizade online se aprofundou e expandiu para outras plataformas como Tumblr e Snapchat, permitindo uma exploração mais livre da cultura queer. Conversas pela madrugada ajudaram a pessoa a entender melhor suas próprias ansiedades relacionadas à sua identidade queer, algo que era difícil de articular ou explorar em seu ambiente imediato.
O artigo destaca que amizades íntimas podem levar cerca de 200 horas para se desenvolver, e muitas dessas horas podem ser acumuladas online. Estas amizades, muitas vezes vistas como menos legítimas por serem mediadas por telas, são, na verdade, vitais e genuínas para muitos jovens queer, que encontram nelas um espaço para serem entendidos e aceitos.
Hoje, a maioria dos amigos próximos da pessoa são identificados como queer, com exceção de um amigo heterossexual considerado honorário. Muitos desses amigos foram feitos em encontros casuais no mundo físico, mas muitos foram formados online, evidenciando a importância contínua das redes sociais como espaços para formar e manter conexões significativas.
Essa jornada ressalta que não há uma maneira “correta” de fazer amigos queer. As redes sociais continuam a ser um recurso valioso, permitindo que jovens queer encontrem comunidade e compreensão, cruciais para seu bem-estar e autoaceitação.