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“Amor e Sexo” lança olhar bem-humorado sobre gays

A estreia da segunda temporada de "Amor e Sexo", programa de auditório apresentado por Fernanda Lima, ontem na Globo, foi um alento para as noites mornas de terça-feira na televisão brasileira.

À vontade e falando abertamente sobre temas tabu, Fernanda é acompanhada no palco pelo cantor Léo Jaime, que também aproveita para dar seus pitacos sobre sexo. Os convidados da primeira edição de 2011 foram Malvino Salvador e Cleo Pires, que protagonizaram o quadro "Strip Quizz", jogo onde a plateia interage e participa com suas observações.

Temas como "homens preferem seios naturais" ou "homens ficam inseguros quando a mulher inverte o jogo e na hora da transa chama seu parceiro de lagartixa?" foram discutidos sem nenhum pudor. De certa forma, "Amor e Sexo" ensina que sexo é diversão e não merece ser tratado de forma enfadonha.

Mas o ponto alto do programa foi a estreia do quadro "GaYme" – "o primeiro e único game da televisão brasileira que saiu do armário e super se assumiu", como bem frisou Fernanda Lima -, que terá a participação de três gays assumidos. No quadro, conduzido pelo ator Maurício Branco, os participantes disputam um cruzeiro com acompanhante, mas, para ganhar o prêmio, precisam passar por provas impagáveis, como, por exemplo, correr de salto alto numa pista de atletismo e fingir-se de hétero num restaurante.

"GaYme" teve início com a entrada triunfal de Maurício Branco numa paródia da vinheta do "Fantástico" estrelada por Isadora Ribeiro nos anos 80. Assumidos e muito bem resolvidos, o coordenador pedagógico Diogo, o músico Alberto e o dentista (e Miss Brasil gay) Charles participaram da estreia do quadro e protagonizaram os melhores momentos do programa.

Ignorar a discussão sobre a homossexualidade pode soar como um contra-senso em tempos de homofobia e violência contra gays. A preferência por destacar um tom cômico e lidar com os estereótipos não incomoda em programas como "Amor e Sexo". É preciso lembrar que atrações do gênero só sobrevivem quando apelam para a diversidade – a MTV foi pioneira nesse sentido com os extintos "Ponto P" e "Erótica MTV".

Concorrendo ao posto de fag hag preferida, Fernanda Lima destila como ninguém o pajubá e dá um show de espontaneidade no palco. "A ideia era pegar um pouco da alegria do universo gay e espalhar para todos os outros universos, independente da orientação sexual", concluiu a apresentadora ao final do programa, lembrando que tolerância se conquista aos poucos, com respeito e – por que não – criatividade.

O diretor de "Amor e Sexo", Ricardo Waddington, disse que o público aprendeu a lidar com certos temas e que, por esse motivo, a inclusão de um quadro gay é algo absolutamente natural. "Trazer esse universo sensacional faz parte do todo em que vivemos", explica, certo de que audiência se conquista com inteligência, sem moralismos e com muito bom humor.

Serviço:
"Amor e Sexo"
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