Aconteceu ontem (15) o Summer Soul Festival, no Anhembi, em São Paulo. O evento tinha como atração principal a cantora inglesa Amy Winehouse, que antes da capital paulista se apresentou em Florianópolis, Rio de Janeiro e Recife. Além de Amy, também se apresentaram Janelle Monáe e Mayer Howthorne.
O show estava marcado para começar às 23h15, mas, assim como nas outras apresentações, Amy subiu ao palco atrasada, às 23h45. A cantora usava um vestido preto e branco em estilo alfaiataria, o cabelo estava um tanto bagunçado e a maquiagem, carregada. Quando subiu, o público foi abaixo. Sem dizer um "olá" ou coisa do tipo, a cantora inglesa iniciou a apresentação com "Just friends".
Na sequência, Winehouse tocou "Back to Black", e aí aconteceria o primeiro momento emocionante do show, pois o público em peso cantou junto com a inglesa. A coisa ficaria ainda mais forte com "Tears dry on their own" – em certos momentos a voz do público cobria a de Amy e ela simplesmente deixava as pessoas cantarem. Quando a câmera focava no rosto da cantora, era possível notar que ela estava emocionada e soltava vários sorrisos.
Porém, é notório que Amy Winehouse optou por uma apresentação mais intimista e concentrada no cantar. É impressionante a potência que a voz de Amy ganha ao vivo e de como a cantora não desafina e parece não fazer muito esforço para tal. É algo natural, de quem realmente se entrega. Assim como outras grandes cantoras, por exemplo, Elis Regina e Edith Piaf.
Se a turnê brasileira era a redenção e a prova de fogo para o retorno de Amy, podemos dizer que ela está pronta para voltar a ocupar as páginas da imprensa especializada em cultura pop e não mais de tabloides preocupados com o uso de substâncias químicas que quase sucumbiram com a carreira de Amy, que lançou seu primeiro disco, "Frank", aos 20 anos de idade.
Para quem acompanha a carreira de Amy sabe que no palco ela oscila entre a timidez e a entrega. Vez por outra interage com o público, mas fica claro que interação não é o forte dela e que também não faz questão. E foi assim, sem grandes falas com o público, que Amy cantou todos os clássicos e algumas músicas novas, que já mostram o tom soturno que deve permear seu novo trabalho, prometido para o primeiro semestre deste ano.
Após 1h10 de show, Amy se despediu do público e foi embora ovacionada. Definitivamente foi um show para fãs e não para ouvintes de hits. O ponto baixo do festival foi a organização dos bares. No início do show de Amy, já não havia mais cerveja e a água também acabou, coisa impensável para um festival de grande porte, que recebeu 30 mil pessoas e cobrou em média R$ 200 de ingresso.