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André Fischer fala como o mundo virou gay em novo livro; Leia entrevista

O jornalista André Fischer, diretor executivo do Site Mix Brasil e da revista gay Junior, lança hoje às 19h seu novo livro "Como o mundo virou gay? – Crônicas da nova ordem sexual", na Fnac da Paulista. A obra, da Ediouro, reúne textos antigos publicados na revista da Folha e em seu blog, além de alguns inéditos.

Em entrevista ao site A Capa, o empresário fala sobre a nova publicação, o surgimento das novas revistas gays no último ano e sobre o papel das Paradas e da militância LGBT. André avalia também o crescimento do Festival Mix Brasil e a importância dele para a comunidade. "O festival conseguiu levar a discussão da diversidade sexual aos cadernos de cultura dos jornais e ocupar espaços culturais nobres em todo país com filmes gays", diz.

Como surgiu o convite para escrever o livro?
Já havia feito a tradução de Gus & Waldo, livro infantil gay para a Ediouro. Eles me convidaram a fazer um no gênero Almanaque do Banheiro e Dicas de Sexo para Mulheres por um Homem Gay, dois dos quatro livros que lancei pela Jaboticaba que venderam muito bem e que tinham a cara da Ediouro. Mas como já tinha a idéia de lançar esse livro de crônicas e eles toparam…

O que é possível apontar de mudança nos últimos dez anos que tenham transformado o mundo num lugar gay?
O título na verdade é uma brincadeira, um texto que os héteros costumam dar. Sem dúvida houve uma série de avanços e muitas partes do mundo já são bem friendly, mas ainda falta muito para dizer, seriamente, que o mundo é gay.

Qual o papel das Paradas para que ocorresse essa transformação no mundo? 
As Paradas serviram basicamente para dar visibilidade ao movimento. Aqui não se traduziram ainda em direitos conquistados justamente pelo fato de terem se tornado mais uma festa do que movimento político.

Ainda sobre as Paradas, acha que elas estão com um formato desgastado e que precisam ser revistas?
Olha, nem sei… Na verdade, as Paradas são um sucesso no Brasil por serem do jeito que são.

E a militância gay? Como contribuiu para esse processo de transformação?
Apesar de ser bastante descolada da comunidade e não ser muito representativa – prova disso o fracasso retumbante dos candidatos ligados à militância nas últimas eleições – todos os avanços que conseguimos até hoje aconteceram por conta dessa brava militância.

O livro reúne crônicas publicadas na revista da Folha, do jornal Folha de São Paulo. Como você percebe a atuação da grande imprensa na cobertura de pautas LGBT. Houve avanços? Retrocessos?
Houve mais avanços que retrocessos. Questões LGBT se tornaram de interesse do grande público, vendem jornais, revistas e dão cliques, o que garante nosso espaço.

Como vê o surgimento de novas publicações voltadas para o público gay como a Junior, Dom, Aimé e a própria A Capa?
São a prova do amadurecimento do nosso mercado, não apenas elas mas as outras tantas publicações regionais. Especialmente a Junior e Dom, vendidas em banca, e A Capa, de distribuição gratuita, são motivos de orgulho para nossa comunidade pelo seu notório profissionalismo e produto final de qualidade internacional.
 
Você é um dos responsáveis pelo Festival de Cinema Mix Brasil. Acredita que o festival contribuiu para que outras Mostras incluíssem em suas programações filmes de temática ou interesse LGBT? De que maneira?
Olha, sou muito coruja com relação ao Festival. Ele surgiu em 1993 em um momento de vácuo na história do MHB e conseguiu levar a discussão da diversidade sexual aos cadernos de cultura dos jornais e ocupar espaços culturais nobres em todo país com filmes gays. Acredito que a semente de tudo que aconteceu com relação à causa LGBT no Brasil – a informação que toda comunidade não tinha acesso – é meio antes e depois do MixBrasil, até porque o Festival é anterior à internet.

Se hoje o mundo é gay, amanhã ele será…?
Amanhã não haverá mais a sopinha de letras sexuais. Todo mundo vai ser gay e ninguém vai ser gay ao mesmo tempo. A gente sonha…

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