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Aniversário de dez anos de morte de jovem gay é marcado por campanha anti-homofobia

Começo de outubro de 1998. Um rapaz de 21 anos é encontrado por ciclistas em estado de coma num poste de madeira em Laramie, 30 milhas a noroeste de sua cidade, Cheyenne, no estado de Wyoming, Estados Unidos.

A princípio quem o encontrou e socorreu pensou tratar-se de um espantalho: a posição distorcida e a desfiguração corporal não podiam ser de alguém de carne e osso. Eram. O estudante universitário de Ciência Política, Matthew Shepard, havia sido brutalmente espancado, teve seu crânio esmagado (provavelmente pela coronha de um revólver) e foi abandonado ao relento em uma noite de temperaturas abaixo de zero. O rapaz morreu cinco dias depois.

À época a morte do jovem Sheppard ganhou bastante destaque em capas de jornais e levou a uma série de manifestações e declarações, inclusive do então presidente Bill Clinton, contrárias à homofobia e crimes de ódio antigays.

O crime que chocou os Estados Unidos “comemora” dez anos em 2008. Após a morte do filho, Dennis e Judy Shepard fundaram a The Matthew Shepard Foundation, uma fundação para combater os crimes de ódio e continuar contando a história de Matthew.

Judy, a mãe do rapaz, revelou que para marcar a data da morte do filho, a Fundação fará uma forte campanha anti-ódio. A intenção é que engajar o público em geral na missão "Replace Hate with Understanding, Compassion and Acceptance", algo como “Substitua o Ódio com Entendimento, Compaixão e Aceitação”, em tradução livre.

A campanha será lançada daqui a um mês, em 29 de março, no estado de Denver, Colorado, durante o “7th Annual Bear to Make a Difference Gala”, um baile de gala destinado a pessoas que fazem a diferença, onde, entre presença de drag queens e artistas, acontece também um leilão de ursos Teddys assinados por celebridades.

"Nos últimos dez anos desde a morte de meu filho, eu venho falando com mais de um milhão de pessoas que estão procurando maneiras de nos ajudar em nossa missão para acabar com os crimes de ódio”, declarou Judy.

O assassinos do rapaz Aaron McKinney e Russell Henderson, à época com 22 e 21 anos respectivamente, o abordaram na saída do bar Fireside Lounge dizendo também serem gays. Ambos já tinham fama de homofóbicos radicais e os dois já haviam sido antes julgados por outros crimes como roubo e espancamento. Pela morte de Shepard, a dupla foi condenada por homicídio e sequestro e, no caso de Mckinney, roubo, o que lhes valeu duas sentenças de prisão perpétua.

Cássia Eller

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