O apoio dos cidadãos da Austrália à pergunta sobre a legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo continua sendo majoritário, segundo uma pesquisa publicada hoje (25). A informação é da Agência EFE. Cerca de 16 milhões de australianos foram convocados a dar sua opinião a favor ou contra o casamento homossexual em uma pesquisa via correio e não obrigatória. A pesquisa termina dentro de 13 dias e os resultados serão anunciados em 15 de novembro. A sondagem da firma Newspoll, publicada pelo jornal The Australian, indica que 57% da população é a favor da medida. No entanto, o apoio caiu seis pontos percentuais se comparado ao registrado no mês anterior, enquanto o apoio ao “não” cresceu de 30% para 34%. Na sondagem realizada na quinta-feira passada (21), 9% se declararam indecisos ou optaram por não revelar a sua posição, entre os 1.695 eleitores ouvidos. As fichas com a pergunta “Deve ser modificada a lei, para se permitir que pessoas do mesmo sexo se casem?” começaram a ser enviadas no dia 12 de setembro e até agora 15% dos eleitores as devolveram. Se o “sim” ganhar na sondagem postal, o governo conservador permitirá aos seus deputados que proponham antes de Natal a reforma da Lei de Casamentos de 1961, que recebeu emenda em 2004 para detalhar que esta união é exclusiva entre um homem e uma mulher. Mas se o “não” vencer, o governo deixará a reforma de lado. Os trabalhistas, que estão na oposição, prometeram que, se ganharem as eleições gerais previstas para 2019, organizarão um debate sobre o tema no Parlamento nos primeiros cem dias do seu mandato. A votação pelo correio foi criticada por políticos e ativistas a favor dos direitos da comunidade LGTBIQ (de lésbicas, gays, transexuais, bissexuais, intersexuais e queers, expressão que designa pessoas que não seguem o padrão da heterossexualidade ou do binarismo de gênero). Eles consideram que o Parlamento deveria debater o tema diretamente e temem o impacto de campanhas de ódio. A Austrália, que aceita a união civil em vários de seus estados, recebeu críticas de várias organizações devido à sua lentidão na legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Em dezembro de 2013, o Tribunal Superior anulou uma lei que permitia este tipo de união no Território da Capital Australiana por considerar que transgredia a Lei Federal de Casamentos de 1961. Também fracassaram propostas legislativas similares nos estados da Tasmânia e Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney. Reportagem da Agência EFE