Francois Zankih, um homem gay sírio que sofreu tortura e ameaças de morte sob o regime de Bashar al-Assad, compartilhou sua experiência após a derrubada do governo sírio em dezembro de 2024. Francois, que foi sequestrado duas vezes pelo grupo Hayʼat Tahrir al-Sham (HTS) e forçado a fugir de seu país em 2020, expressou um misto de alívio e preocupação sobre o futuro da comunidade LGBTQ+ na Síria. Ele relatou que, apesar das mudanças no comportamento da HTS em relação às minorias, a homofobia e as leis anti-LGBT ainda permeiam a sociedade síria, deixando muitos em crise e receosos de perseguições futuras.
Após a queda de Assad, que durou mais de 50 anos, muitos sírios, incluindo membros da comunidade LGBTQ+, estão celebrando a mudança. Francois, que agora reside em Montreal, fundou a organização Guardians of Equality Movement (GEM), que luta pelos direitos LGBTQ+ na Síria. Ele acredita que a queda do regime representa uma oportunidade para melhorar as condições de vida para os sírios LGBTQ+, embora reconheça que o caminho para a aceitação e segurança ainda seja longo.
A homofobia profundamente enraizada na sociedade síria, exacerbada por anos de repressão sob Assad, continua sendo uma grande barreira. Francois destacou a necessidade de um trabalho contínuo para mudar as atitudes sociais em relação à comunidade LGBTQ+, enfatizando a possibilidade de reconciliação e paz entre os sobreviventes da guerra. Mesmo com as incertezas que permanecem, ele está otimista de que a nova era pós-Assad possa trazer mudanças positivas e um ambiente mais seguro para todos os sírios, especialmente aqueles que pertencem à comunidade LGBTQ+.
Essa luta por direitos e dignidade é fundamental para garantir que todos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, possam viver sem medo de perseguições e violência na Síria.