Depois do assassinato do líder comunitário e ativista LGBT Luiz Antônio Moura, o Guinha, no último sábado (20), no Alemão, Rio de Janeiro, coletivos que contemplam a diversidade sexual e de gênero pedem ações do Estado nas favelas contra o preconceito e a violência.
+ Ativista LGBT, Guinha é assassinado a tiros no Rio de Janeiro
Segundo Claudio Nascimento, coordenador do Rio sem Homofobia, há denúncias que revelam que o crime foi motivado por homofobia e realizado pela intolerância de criminosos e religiosos fundamentalistas, que não concordavam, por exemplo, com a organização da Parada LGBT.
A Agência Brasil informa que coletivos LGBT alegam que a pacificação nas comunidades não trouxe segurança para a diversidade e que os ativistas ainda vivem sob ameaça do tráfico de drogas e das forças de pacificação.
"O Guinha resolvia problemas de todo o Alemão. Cobrava órgãos públicos, encaminhava denúncia, botava a boca no trombone. A morte dele gera uma grande preocupação: o que podemos fazer para proteger lideranças que são referência para a população?", diz Mauro Lima dos Santos, integrante do Coletivo Conexão G, do Complexo da Maré.
+ Ator Marcos Pinto é assassinado em em João Pessoa, polícia suspeita de homofobia
O ativista Flávio Ruivo, da Cidade de Deus, destacou que os LGBT precisam de mais parceria com secretarias de governo, com exceção da de Segurança, pois elas geram retaliações do tráfico. "Quem está dentro da favela não pode ter muita proximidade com os policiais. Se tiver, tem problema (…) Não adianta dizer que tem Unidade de Polícia Pacificadora ali na praça, a polícia não nos segue 24h, não está nos becos onde eu ando, no meu caminho, e isso é problemático, como dá para ver no caso de Guina".
Claudio Nascimento reconheceu a necessidade de acelerar a atuação nestas áreas e declarou que uma reunião com as lideranças para planejar as ações prioritárias está programada para janeiro de 2015.