Mesmo após as declarações menos conservadoras de Papa Francisco a respeito dos homossexuais, a Diocese do Divino Espírito Santo de Bauru informou que padre Beto – que defendeu o casamento gay – está oficialmente excomungado pela Igreja Católica.
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Padre Beto divulgou um vídeo em que fala sobre a aceitação de LGBTs dentro da igreja. Na polêmica, o bispo Dom Caetano Ferrari exigiu que o padre se retratasse, mas ele pediu o desligamento da Igreja. O que o padre não esperava é que ele fosse excomungado.
“Não vou pedir perdão por dizer que os homossexuais têm todo o direito de viver a sua vida, a sua sexualidade. Como ela (a Igreja Católica) já pediu perdão aos judeus e a outros grupos, ela terá que pedir perdão ao grupo GLBT, por ter agido de forma homofóbica e dissimulada", desabafou.
O comunicado assinado pelo padre doutor Tiago Wenceslay foi emitido no sábado (15) e só será revisto caso padre Beto peça perdão pelos atos. O comunicado pede ainda que fiéis não frequentem e nem participem de "atos de cultos" dele, mas orienta que rezem pelo padre.
Em declaração ao UOL, Beto afirmou que não teve conhecimento prévio da decisão da Santa Sé e que continua realizando casamentos, independente de estar ou não na Igreja católica. Ele diz que a sua fé continua e que há muitas pessoas querendo se casar com a sua benção por se identificarem.
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Ele afirma que não cobra pelas cerimônias – só pede ajuda de custo quando precisa se deslocar de Bauru – e que vive das aulas que dá em uma faculdade de Bauru, viagens com palestras e para divulgar um livro lançado recentemente.
Beto diz ainda que o processo por ele na Justiça brasileira segue em andamento, já que não teve direito à defesa antes da excomunhão e que o juiz instrutor nomeado pela Diocese de Bauro "não tinha competência para julgar".