O que era para ser um dia de festa e de orgulho LGBT, acabou se tornando um dia de agressão por preconceito. É o que dizem vários participantes da Parada do Orgulho LGBT de Santo André, em São Paulo desse domingo (5), que alegam ter sido agredido por seguranças do Shopping Grand Plaza após o evento.
Eles registraram um boletim de ocorrência por lesão corporal no Distrito Policial da cidade.
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Segundo a estudante de jornalismo Viviane Lima de Andrade, de 19 anos, os seguranças do shopping impediram que LGBTs entrassem no espaço após a Parada, por volta das 18h. Eles teriam agredido os manifestantes ao perceberem que estavam sendo filmados.
"Apanhamos dos seguranças do shopping porque eles não aceitam LGBT. Fomos impedidos de entrar no local, mesmo com um dos nossos amigos tendo afirmado que deixou o carro no estacionamento. Após muita insistência e mostrar o comprovante, eu, a Nathalia (Goes de Santana, 19 anos) e a Marcela (Correa de Araujo da Silva, de 33 anos) conseguimos entrar, mas o irmão dela ficou do lado de fora. Quando os seguranças perceberam que estavam sendo filmados, eles ficaram fora de si e partiram para a agressão", declarou Viviane ao A CAPA.
Ela alega que o grupo foi identificado porque estava com a bandeira do arco-íris nas costas.
A universitária afirma que Nathalia levou uma chave-de-pescoço. E que Marcela e Rene Correa de Araújo da Silva, de 30, que são irmãos, chegaram a levar socos e chutes. "Eles tentaram pegar o celular dela, a jogaram no chão e deram um murro. O irmão dela também levou um murro e foi imobilizado no chão, mesmo ninguém apresentando nenhuma ameaça. Quando viu que eu filmava, um segurança tentou me agredir, mas só parou porque não conseguiu pegar o celular e porque eu berrava. Quando fui ver, a Marcela estava desmaiada. E fomos para a delegacia".
Segundo Viviane, é evidente que os seguranças agiram com LGBTfobia. "Casais heterossexuais estavam entrando sem nenhum problema, só os LGBT é que não podiam. E eles só agrediram depois que perceberam que o preconceito estava sendo filmado", afirmou Viviane, que está indignada com o episódio. "Fomos tratados como um lixo, agredidos por homens e com uma sensação de impunidade. Queremos que os seguranças sejam identificados e que paguem pelo crime que cometeram".
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Ela diz que, apesar de os seguranças terem apagado alguns vídeos do grupo, há vídeos que comprovam a agressão. Marcela está com o rosto machucado e com corte no nariz. Já Rene teve o braço e rosto machucados.
O A CAPA entrou em contato com a assessoria do Shopping, questionando as acusações das agressões dos seguranças. Por meio de nota, ela respondeu: "A administração do Grand Plaza Shopping informa que por volta das 18 horas deste domingo, 5 de julho, bloqueou o acesso de pedestres a uma de suas portarias localizada na Avenida Industrial. Acrescenta que a medida objetivou, única e exclusivamente, preservar a integridade física dos frequentadores do centro de compras e evitar danos ao patrimônio, face o registro de tumultos na área externa ao empreendimento".
A assessoria, porém, não comentou sobre as agressões de seguranças aos visitantes.