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Após sofrerem criticas do próprio meio gay, casal gay vence concurso e manda recado!

Não faz muito tempo postamos aqui no ACAPA a história do casal gay que surpreendeu a todos ao receber um numero expressivo de votos em um concurso de supermercado.
 
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A boa notícia é que o concurso já acabou e o casal gay ganhou!

Mas algo que não passou batido por nossos olhos, foram os comentários fúteis e recalcados dos próprios gays do site, que se sentiram na condição de julgar a suposta falta de beleza do casal…

Diante deste quadro, entramos em contato com o casal para saber mais sobre a história deles e dar a eles a oportunidade de se posicionarem frente a esta chuva de comentários depreciativos.

E o resultado foi uma entrevista linda que mostra aquilo que já sabemos: o amor sempre vence.

 
Confiram:
 
 Como que surgiu a ideia de participar da promoção e como vocês reagiram quando viram as proporções que aquilo estava tomando?
 
Eu, Marlon, tomei conhecimento do concurso através de conhecidos que estavam participando. A partir disso, conversei com meu namorado, Maykon, sobre a possibilidade de participarmos. Calculamos que precisaríamos de cerca de 700 curtidas na foto para termos alguma chance de vitória, visto que era a última semana do concurso e os demais concorrentes já estavam bem à frente. Naquele dia, na hora de dormir, por curiosidade, acessei a foto, a fim de ver se já tínhamos alcançado as 700 curtidas. Foi aí que me espantei com o número que já havíamos alcançado. Mostrei a tela do celular para o Maykon, não acreditando no número. Ele também pensou que pudesse ter ocorrido alguma pane no aplicativo do Facebook no celular. Mas alguns amigos, mais tarde, acabaram confirmando: nossa foto tinha mais de 4,3 mil curtidas.
 
Nossa reação imediata foi de espanto e encantamento.
 
Qual foi o prêmio? O que pretendem fazer com ele? Como foi o tratamento do pessoal do supermercado com vocês em todo o processo?
 
O prêmio consiste em um jantar romântico e o direito a nossa foto estampando o encarte com as promoções do supermercado de Ijuí.
 
Na terça-feira a rede se manifestou através de comentário na nossa foto, dizendo ser a favor de toda forma de amor. Na quarta-feira daquela semana o setor de marketing já me enviou um e-mail solicitando a foto. Como aquela que enviamos foi selecionada rapidamente e sem pretensão, resolvemos procurar um amigo nosso, que é fotógrafo, para tirar uma foto mais ajeitados. Na sexta-feira também ligaram para o meu celular nos parabenizando.
 
Imagino que não deva ser fácil ler os comentários depreciativos dos próprios gays que ao invés de ficarem felizes com a felicidade alheia se sentem no direito de questionar a beleza alheia. Como vocês encaram esse tipo de reação das pessoas?
 
O Maykon foi quem ficou mais chateado com esses comentários. Já eu, lia e dava risada, pois tenho uma visão um pouco diferente. Não me preocupo com palavras negativas vindas de terceiros, uma vez que não me acrescentam nada. Se eu fosse ouvir cada besteira que me falam, cada palavra que me dirigem para me colocar pra baixo, nunca teria me assumido, nunca teria virado militante LGBT, nunca teria conhecido e me apaixonado pelo Maykon, nunca teria conseguido uma bolsa na faculdade, nunca teria me formado em Direito, nunca teria me tornado advogado, nunca teria começado a trabalhar na Unijuí… E, especialmente quando envolvemos LGBT’s, ainda há muitas questões, especialmente psicológicas, envolvidas, muitas vezes fruto de desamparo familiar, abandono afetivo, rejeição, frustração, tudo resultado da homofobia, especialmente no ambiente familiar, o que pode culminar nessas situações desagradáveis contra outros LGBT’s. Enfim, acredito que, ao menos na maioria das vezes, essas demonstrações de futilidade e desprezo pelo humano podem envolver questões psicológicas mais complexas, sendo por isso que geralmente, quando não está ao meu alcance ajudar, resolvo ignorar.
 
Vocês já foram vítimas de homofobia alguma vez? 
 
O Maykon não recorda de nenhuma situação. Por ter uma personalidade forte, acredita que isso nunca deixou uma situação assim acontecer.
 
Contudo, eu, Marlon, já passei por algumas situações desagradáveis. Felizmente, nunca me deparei com uma situação de violência física, pois sempre fiz questão de exigir respeito onde quer que eu fosse, bem como sempre fiz questão de me impor perante homofóbicos. Mas isso não impediu que algumas vezes fossem dirigidos alguns xingamentos para minha pessoa. Já ocorreu de eu estar caminhando com meus amigos pelas ruas, e carros passarem com pessoas gritando “viado”, “boiola”… Quando Maykon e eu caminhamos de mãos dadas, também é comum pessoas olharem torto ou fazerem cara de desgosto.
 Dia dos namorados chegando, se vocês pudessem mandar um recado para os gays que ainda não encontraram seu par, o que vocês diriam?
 
Maykon: eu diria para pararem de procurar beleza, uma falsa beleza, apenas beleza física, para poderem encontrar uma pessoal que realmente lhe faça feliz, e que realmente seja companheiro para todas as horas. Também, é importante conhecer melhor as pessoas, não sair namorando por causa de status de Facebook, para adquirir algum tipo de fama.
 
Marlon: o amor é um sentimento complexo, profundo e intenso. Muitas vezes exige paciência para realmente acontecer. Mas o importante é que ele sempre chega, fazendo valer toda a espera. Reconhecemos ele por trazer consigo apenas coisas boas, apenas alegria,
 
Apenas felicidade, apenas bem-estar. E, quando ele chega, status e aparência não têm importância, justamente porque o amor não é fútil, não é soberbo, não é egoísta…
 
Para finalizar, só temos a agradecer por toda essa visibilidade que o site A Capa tem proporcionado, e também pela ajuda na divulgação da foto. Também, agradecemos, especialmente ao Emílio Faustino, pela atenção ao desfecho do concurso, com o contato para essa nova entrevista, mais abrangente e, esperamos, de grande relevância. Abraços.

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