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بأثر رجعي: في عام 2010، دفن البرلمانيون الأصوليون النقاش حول المثليين

2009 ficou marcado pela forte ansiedade da comunidade gay em torno do PLC 122, que sofreu derrotas sucessivas impostas pelos senadores fundamentalistas Magno Malta (PR-ES) e Marcelo Crivela (PRB-RJ). Os parlamentares conseguiram colar o estigma de "lei da mordaça gay" e fizeram com que o texto fosse alterado e se transformasse numa lei de defesa das minorias. Com isso, acreditava-se que a lei ganharia apoio e fosse à votação, o que não ocorreu.

Em 2010, com o início das campanhas para as eleições presidenciais em agosto, o que se escutou de todos os parlamentares e figuras envolvidas no mundo político é que temas polêmicos – leia-se união civil e adoção gay, aborto e criminalização da homofobia – não seriam tocados, pois tirariam votos. Nunca antes uma eleição deixou isso tão claro.

Na fase de pré-campanha, os candidatos à Presidência da República quando sabatinados pelos jornais e questionados a respeito da união civil e adoção gay e aborto, saíram pela tangente. Nem Dilma, Serra e Marina Silva. Todos disseram ser a favor da partilha de bens entre casais homossexuais, e, sobre o casamento religioso, posicionaram-se veementemente contrários.

Pois bem, quando se imaginava que tais temas seriam profundamente debatidos na campanha, o que se viu foi um higienismo eleitoral de fazer inveja a qualquer país fundamentalista. Principalmente quando a polêmica do aborto foi levantada pela campanha do candidato José Serra (PSDB) que, com a intenção de retirar votos de sua adversária, a presidente eleita Dilma Rousseff, afirmou que esta mentia sobre a sua posição em torno do assunto.

A caixa de pandora foi aberta e setores que se acreditavam moribundos, por exemplo, a Opus Dei, setor ultraconservador da Igreja Católica, veio a público pedir que os "católicos de verdade" não votassem na "candidata a favor do aborto". O Estado laico descia ladeira abaixo. Empurrada para o segundo turno por conta da questão citada, a candidata do Partido dos Trabalhadores selou acordo com os evangélicos.

Em carta pública, Rousseff afirmou que temas polêmicos (aborto, adoção gay e PLC 122) não sairiam do seu gabinete e que ficariam a cargo do Parlamento. Os Direitos Humanos foram claramente rifados em troca de votos. O mais bizarro é que se tratava de dois candidatos (Dilma vs. Serra), ambos com histórico de apoio aos direitos humanos e às questões LGBT.

As eleições seguiram e o corolário religioso sentou em cima das questões progressistas. Ficou a impressão de termos andado 20 anos para trás. O pleito terminou com a vitória da candidata petista. Cantou-se o avanço de se ter elegido uma mulher presidente em um país extremamente machista. No dia da vitória, apesar de estar acompanhada de Luizianne Lins (PT-CE), prefeita friendly de Fortaleza, o homofóbico Magno Malta figurava como um papagaio no ombro de Dilma Rousseff.

Mas nem tudo são cinzas. A última notícia que se teve do PLC 122 é que ele foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH), e em 2011 inicia carreira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde pode enfrentar forte resistência. O Congresso Nacional ganhou o mandato de Jean Wyllys (PSOL-RJ), que pode ter papel fundamental para o debate LGBT; o Senado perdeu Fátima Cleide (PT-RO), mas ganhou Marta Suplicy (PT-SP), que já declarou que é a favor da criminalização da homofobia.

No Governo Federal, há grande expectativa em torno da ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT-RS), que surpreendentemente já declarou em seu primeiro discurso que irá travar luta pela "livre orientação sexual" e mais recentemente que é favorável à adoção por casais gays. O negócio é torcer para que tudo melhore, pois, se as coisas se repetirem, a comunidade gay ficará mais um ano a ver navios e a escutar discursos vazios.

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