Um árbitro de futsal de 34 anos registrou um boletim de ocorrência em Piedade, São Paulo, após sofrer ataques homofóbicos por parte de um jogador de 65 anos que havia sido expulso da partida. O incidente ocorreu no dia 8 de abril, mas o caso ganhou notoriedade apenas agora, após o g1 ter acesso ao registro. De acordo com a denúncia, a expulsão do jogador se deu após ele cuspir em um funcionário do clube e fazer ameaças de morte. Insatisfeito com a decisão do árbitro, o jogador proferiu ofensas homofóbicas, dizendo frases como “não sei porque colocam uma bicha para apitar jogo de homem” e “bicha tem que morrer”. Ao ser notificado, a Polícia Militar foi ao local, mas o jogador já havia deixado a partida.
O árbitro, Everton Araújo Oliveira, com mais de 20 anos de experiência, expressou sua indignação e tristeza com a situação, afirmando que nunca havia se sentido tão humilhado em sua carreira. Ele relatou estar “completamente abalado e envergonhado”, destacando que o ambiente se tornou insustentável após os insultos que recebeu durante o jogo.
Testemunhas do incidente confirmaram os ataques homofóbicos e pediram o banimento do jogador das atividades esportivas do clube. A Prefeitura de Piedade, em nota, informou que não pode fornecer informações sobre os envolvidos, citando a Lei Geral de Proteção de Dados.
A polícia agora investiga o caso como crime de homofobia, de acordo com a Lei nº 14.597/23, que regulamenta a atividade do árbitro esportivo, e o caso pode ter repercussões criminais e desportivas. O g1 tentou contato com o Piedade Futebol Clube e o jogador acusado, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
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