in

Arquibancada: até de ‘ângulo desforável’ show de Madonna é bom

Sem dúvida, o lugar não ajudava. Eu estava em uma das cadeiras da arquibancada laranja e só consegui ver pequenos pontos coloridos sobre o palco e o rosto de Madonna no telão. Antes, o atraso de 1h e 50 minutos da cantora e a possibilidade de chuva também tentaram atrapalhar a minha expectativa em relação à apresentação. Muitos ao meu lado colocavam e tiravam a capa de chuva a cada 2 minutos e gritavam; "vaca loira, piranha". Após um apagão geral, os telões foram ligados. Minutos depois, ouviu-se pela primeira vez a voz inconfundível da diva, e nada mais importou. Entre as músicas de seu novo Cd, Hard Candy, Madonna cantou ‘Like a Virgin’ à capela, e o público, mais de 65 mil pessoas, veio abaixo.

Antes do show
Por volta das 18h quando cheguei na estação de trem Morumbi, a movimentação parecia tranqüila. Passou por mim um grupo de 6 meninos. A maratona, agora, era descobrir qual ônibus pegar para chegar antes das 20h no Estádio – horário marcado para a primeira apresentação de Madonna em São Paulo.

Dentro da van, um grupo de meninas comentava sobre o show com uma comparação, que me deixou de cabelos em pé. "Vou ficar na arquibancada laranja, eu adoro a Madonna, também fui ao show do Akon em São Paulo e foi perfeito. Madonna vai cantar playback, é certeza. Ela começa o show com uma música chatíssima chamada ‘Beat Goes On’", disse uma das meninas, que achava entender tudo sobre a cantora. (Madonna iniciou o show com Candy Shop e canta ao vivo).

Na porta do estádio, por volta das 19h30, uma fila imensa dobrava três quarteirões. Antes de entrar, ouvi uma história apavorante. "Algumas pessoas, que estavam na fila da pista VIP foram assaltadas, os convites estão sendo vendidos a 50 reais", contou uma mulher a nossa frente. Em setembro, quando os ingressos começaram a ser vendidos, uma entrada para a pista VIP custava em torno de 600 reais. 

Já na arquibancada, escolhi um lugar no canto que separava as cadeiras vermelhas das laranjas. Me sentei e tomei duas cocas-cola. (Cada lata custava 5 reais).

Após uma pequena confusão com alguns policiais e vendedores, que tentavam pular para o outro lado da arquibancada, todos dançaram ao som do Dj Paul Oakenfold e fizeram uma ola linda em torno do estádio.

Apagão
O Morumbi ficou escuro e os primeiros sons do show de Madonna eram ouvidos. De cima a expectativa era maior, não era possível ver as imagens do telão com nitidez, sabíamos apenas, que Madonna subiria ao palco em instantes. Ela entrou e abriu com ‘Candy Shop’. Sempre que tocava músicas de seu novo álbum, o público ficava parado.

Madonna cantou ‘Vogue’, ‘Human Nature’ e ‘Isla Bonita’. A energia do público com as mãos para o alto, pulos, gritos começou com ‘Music’, passou por ‘Like a Prayer’ e invadiu o estádio com a versão à capela de ‘Like a Virgen’. Para encerrar de forma perfeita, Madonna cantou ‘Give it 2 me’. Por várias vezes, durante o show, a cantora afirmou que amava São Paulo e o Brasil.

Não era possível ver Madonna e suas coreografias, não era possível entender ao certo o que ela dizia. Mesmo assim, isso tudo não importava. Éramos ‘Only One’ e agora fazemos parte da história. Podemos, enfim, dizer com todas as letras: "Eu fui! Stick & Sweet Tour – Madonna no Brasil".

Cantor gay diz que foi mal interpretado sobre ser contra casamento

Galeria: Caio Castro, galã de Malhação, é irresistível