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As Coalizões centro- esquerda fazem bem à América do Sul

No próximo domingo (25/10) o Uruguai vai às urnas. A Frente Ampla que, ao eleger Tabaré Vasquez em 2004, rompeu com a hegemonia de mais de cem anos do Partido Blanco, partido conservador que comandou a ditadura uruguaia, uma espécie de DEM (ex- PFL).

A Frente é candidata pela re-eleição com o candidato José Mujica e a ideia é dar continuidade ao projeto de Tabaré. Eles seguem em primeiro lugar com 45% das intenções de votos. Provavelmente haverá um segundo turno. Mas, o mais importante a se analisar nesse caso é a aliança em torno da frente. Assim como todas as outras que ocorrem nos países vizinhos ao Brasil, liga partidos da esquerda clássica com sociais democratas. E o que observamos é que tem funcionado.

Os primeiros países a apresentarem tal aliança foram Chile e Brasil. Os chilenos lançaram a Concertacion, uma aliança mais radical que envolve partidos religiosos. Seguem vitoriosos, primeiro com Lagos e atualmente com Bachelet. Em 2002 foi a vez do Brasil. O PT se aliou com vários partidos, entre eles o PRB, legenda conservadora e cheio de pastores. Mesmo assim, tem funcionado e o Brasil segue crescendo e o atual governo tem uma aprovação “nunca vista antes nesse país”, como diria o presidente.

Depois foi a vez do Paraguai com o ex-padre da Teologia da Libertação, Fernando Lugo, que derrubou a hegemonia do Partido Colorado. O governo de Lugo não tem a maioria no congresso, mas tem o apoio quase absoluto da população e seu governo segue com avanços.

De todos os países o que mais avançou na questão dos direitos humanos, especificamente LGBT, é o Uruguai: aprovou adoção, troca de nome e sexo, união e bens compartilhados. E o país também é católico, mas segundo pesquisas é o mais laico da região sul.

A Argentina é um caso a parte. Os Kirchiner são do Partido Peronista, que governa o país há décadas. Mas fazem parte de uma ala ligada mais as questões sociais e de centro- esquerda. Acabaram de promover uma corajosa reforma das comunicações que acabou com o império das mídias. Sem contar os direitos LGBT. Ao lado do Uruguai é o mais avançado da região.

Os uruguaios parecem que vão manter o atual projeto; o Paraguai ainda está no começo; no Brasil o projeto Lula já foi avaliado e re-eleito, no ano que vem está à prova e teremos uma eleição sem Lula no páreo; o Chile também terá eleições no ano que vem, Bachelet tentará se re-eleger, não será fácil, mas ainda é franca favorita.

Apesar das contradições gritantes em todas essas alianças não da pra negar que os países da regiçao sul: Paraguai, Uruguai, Argentina, Brasil e Chile hoje existem de verdade frente ao mundo. Naturalmente Argentina e Brasil com maior destaque. Portanto, tiramos disso que as atuais gestões são positivas pra todos. No Brasil o poder de compra aumentou. As classes C e B aumentaram, muita gente virou classe A e milhares de pessoas que viviam na linha da miséria migraram para as classes D e C. Com isso o consumo aumentou e a riqueza interna do país também. Isso tem um nome: distribuição de renda.

Infelizmente o Brasil segue hoje como o país mais atrasado no que diz respeito aos direitos humanos. Mesmo com a Lei Maria da Penha, milhares de mulheres ainda são espancadas e mortas pelos seus maridos; a Polícia Militar do Brasil segue como uma das campeãs em execução sumária; as pessoas que vivem em morros e favelas ainda têm as suas casas invadidas sem ordem judicial; o transporte está precário; as escolas públicas abandonadas; a inclusão digital caminha a passos largos e a população LGBT ainda inexiste a constituição brasileira.

Parte disso é culpa de nossas Assembléias e Câmaras que são governadas por políticos que não representam ninguém a não ser as suas crenças pessoais. Sem contar as bancadas religiosas que barram tudo que esteja ligado ao progresso. A relação que impera hoje entre os parlamentares é a fisiológica. Portanto meu/minha caro/cara, no ano que vem não pegue santinho e vote. Estude umas duas semanas e preste atenção em quem você está votando. Não adianta ter um executivo progressista com um parlamento arcaico.

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