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As decisões e as encruzilhadas

Ontem compartilhei no Facebook uma notícia veiculada pela Folha.com sobre a aplicação da Lei Maria da Penha em um caso de briga de casal, com o detalhe que se tratava de um casal gay. Discussões da validade desta lei para o acontecido não veem ao caso no momento, o fato é que a motivação foi uma ocorrência de violência doméstica.

"Obsessão", meu novo livro, este que a produção é acompanhada nesse reality show literário virtual feito aqui pelo A Capa, trata, entre outros, deste assunto. Poucas pessoas param pra pensar que esta não é uma realidade exclusiva de heteros. Infelizmente, nesse aspecto, relacionamentos homo desfrutam da igualdade. Ao abordar o tema, de certa forma toco numa questão cuja reflexão não é comum na sociedade.

Qual a relação desses parágrafos com o título do post? Simples, ao enveredar por um gênero inédito, marcado pelo homoerotismo explícito, ou, no bom português, a inclusão do relato pornográfico na produção literária, muitas vezes me vejo vítima do reducionismo tacanho e preconceituoso. Com isso, o aspecto sério da "obra" (palavra que detesto) acaba passando meio batido.

A opção pelo pornô foi totalmente consciente. Uniu o prazer que sinto escrevendo as cenas ao diferencial de publicar algo novo, cujo público de interesse, eu incluído, não tinha material para consumir. Entretanto, esta decisão me levou para a encruzilhada mais ou menos explicitada pelo dito acima. Pô, não quero ser queridinho da crítica e nem tenho pretensões ao Prêmio Jabuti. Mas quero sim, estar no meio literário, ter respeito profissional e não ser definido como um escritor de nicho, relegado ao gueto.

Que situação, hein gente?

Beijão!

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