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As perdas que enfrentaremos ao longo da vida

Na última quinta feira (07/10) fui a pré estréia do filme “Como Esquecer”, estrelado por Ana Paula Arósio, que faz o papel de uma professora universitária, que foi abandonada pela sua companheira depois de 10 anos de relação. O filme é sensível e vale a pena ser visto, recomendo muitíssimo!

O tema tratado no filme, o abandono, faz com que inevitavelmente, todas nós, nos lembremos de algo que já vivenciamos. Afinal, quem já não passou por uma situação de abandono?

Quando somos pequenas e nos sentimos excluídas da relação amorosa que forma o casal “mãe X pai”, e claramente sentimos aquela pontinha de tristeza quando eles fecham a porta e nos abandona em nossos quartos. Quando crescemos e temos aqueles desejos típicos da adolescência de gostar de quem nos parece quase inalcançável. Somos em mente abandonadas, quando a garota que queremos escolhe outra, mesmo que nunca tenhamos dito nada ou dado a entender sobre este desejo.

E na fase adulta é comum com pessoas que se arriscam em relacionamentos serem supostamente ou literalmente abandonadas, uma vez que nem sempre quem se quer nos quer também.

A dor varia de pessoa para pessoa, o filme retrata bem isso. No caso da protagonista, sua dor passa pela inconformidade, uma vez que o objeto de sua paixão não morreu, não mudou de país, não virou monja budista, simplesmente a largou, a deixou, não quis mais viver o que viviam juntas.

São muitas as perguntas nesse caso específico: o que eu fiz de errado? O que será que a outra tem que eu não tenho? Será que eu podia ter feito diferente? O fato é que tais questionamentos quase sempre não levam a nada, pois não é em nós que está a razão do ocorrido, está no outro que já não se satisfaz com o que vivia.

Talvez o lidar bem ou o lidar mal com o abandono venha realmente das relações e das vivencias que tivemos em nossa infância. Se não resolvemos de forma compreensiva e esclarecida o fato de nossas mães terem escolhido nossos pais (ou quem quer que seja) para se relacionar amorosamente e não a nós, não conseguimos vivenciar com maturidade nenhum outro tipo de abandono quando somos adultas.

Acreditamos que seremos abandonadas para sempre, e talvez por acreditarmos tanto nesse abandono, somos realmente abandonadas. Complicado não!?

A grande questão é que de uma forma ou de outra, em muitas situações de nossas vidas, vamos passar por momentos de perda. Um grande amor, um amigo, ou alguém muito querido que inevitavelmente morrerá. Na verdade, o que passaremos em matéria de sentimentos nos marcará para sempre, trazendo para alguns uma melhor clareza, compreensão e discerniment. Já para outros, vazio, angustia e dor. Em ambos os casos, a vida continuará nos mostrando sempre caminhos, e caberá somente a nós, escolher o melhor. E viva o livre arbítrio!

Grande beijo e até mais.

* Regina Claudia Izabela é psicóloga e psicoterapeuta. Se quiser perguntar algo envie email para claudia@dykerama.com.

“Como Esquecer” aposta no drama para superar uma separação

Sou indie, não idiota