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As “piores” coisas do mundo

O novo filme de Laís Bodanzki, "As melhores coisas do mundo", não é um soco na cara, mas sim uma voadora com direito a dois pés no peito. Claro que um filme baseado na obra de Gilberto Dimenstein só poderia resultar em um filme tão denso e profundo. Mas, como não li o livro vou me atentar ao filme.

O grande primor da obra Laís é conseguir retratar de forma tão fiel a geração SMS. Na tela revela-se jovens completamente idiotas, mas ao mesmo tempo pessoas interessantes que estão em construção. Outro dado interessante é o ambiente escola: impressionante como esse lugar pode ser o pior e o melhor de nossas vidas.

E nisso, o título do filme é uma grande ironia. Pois, a juventude reúne tudo aquilo que há de melhor e pior em nossas vidas. Como somos intolerantes quando jovens. Reacionários. Imbecis. Mas é nessa fase imbecil que nos descobrimos. É nesse momento que poderemos viver as aventuras mais libertadoras. São essas experiências que dirá quem somos. Também serão responsáveis pelos nossos pontos de vista.

Outro detalhe muito bom do filme é a eleição do gremio do colégio. TEmos três grupos concorrentes: Grana, os capitalistas; Che, os centristas; e Novo Mundo, os esquerdistas radicais. E quem ganha? Grana. Os jovens querem a viagem para Cancun e não acabar com a homofobia e o bulyng no colégio. Ra! Nada melhor para explicar a alienação política e geográfica da atual geração.

Dois filmes. Duas diretoras

O mais interessante é fazer saber que nesse momento os dois melhores filmes que estão em cartaz são de duas diretoras: Sandra Werneck por "Sonhos roubados" e Laís Bodanzki por "As melhores coisas do mundo". Ambos os filme falam quase da mesma coisa. A única diferença é que um se passa com jovens da periferia e o outro com jovens da classe média.

De qualquer maneira as duas obras mostram que a atual geração necessita de atenção e educação. Oportunidades também. Porem, um fato une essas duas juventudes: o preconceito.

De um lado temos um jovem que não sabe lidar com o fato de o pai ser gay e tenta a todo custo esconder isso dos amigos; do outro, temos garotas que são discriminadas por serem prostitutas. Em ambas as histórias não há saída. O negocio é dar a cara à tapa. Só assim a maturidade estará mais próxima.

É esta maturidade, que é tão cara na fase do pós- adolescência, que é o grande lance dos dois filmes.

Palmas também para as duas diretoras que lançam as suas melhores obras.  De maneira leve tratam de assuntos bem pesados e espinhosos. Mas necessários e urgentes.

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