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“As principais conquistas LGBT foram feitas na prefeitura Serra”, diz Alckmin

Geraldo Alckmin iniciou sua vida política aos 24 anos quando foi eleito prefeito de Pindamonhangaba. Ao mesmo tempo em que exerceu o cargo, finalizou o seu curso de medicina. Alckmin fez parte do grupo dissidente do PMDB que, junto com Mário Covas e FHC, fundariam o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

A sua vida política ganharia grande notoriedade ao assumir o cargo de vice-governador na chapa de Mario Covas. Na metade do segundo mandato, Covas viria a falecer em decorrência de um câncer. Geraldo terminaria o mandato e ainda seria reeleito.

Em 2004, Geraldo disputou a presidência da república com Lula e amargou uma derrota. Este ano, o candidato tucano disputa a prefeitura de São Paulo em meio a muita polêmica por conta de dissidentes do PSDB que resolveram apoiar Kassab. Em sabatina da Folha, Alckmin disse que essas pessoas "trabalham pela desconstrução do PSDB".

No dia 3 de setembro, Alckmin surpreende a muita gente e comparece ao encontro com a comunidade LGBT, onde firmou parceria e disse que depois poderia ser cobrado, além de dizer que teve muito orgulho de ter assinado a Lei Estadual Anti Homofobia. Deixou claro também que, em uma possível gestão, a "Parada será mais que um orçamento na prefeitura".

A seguir, você confere entrevista exclusiva que Geraldo Alckmin concedeu ao A Capa.

Quais suas propostas para o fortalecimento da CADS?
Vamos fazer dotação orçamentária própria para a Parada do Orgulho – um evento oficial da Prefeitura, cujo orçamento hoje é vinculado ao orçamento da CADS. Com isso, ampliaremos as atividades de CADS, incluindo nas periferias da cidade.  

Como avalia a atual gestão no que diz respeito às políticas destinadas à população LGBT?
As principais conquistas da comunidade LGBT dentro da atual gestão foram realizadas quando o governador José Serra (PSDB) ainda era prefeito: a criação da CADS, do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual e do Centro de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homofobia. Nada de relevante foi feito após, apenas uma continuidade do que estava dando certo a partir de uma política social implementada pelo PSDB.

O atual prefeito, Gilberto Kassab, vetou na íntegra um PL que previa sanções no âmbito do município paulistano às atitudes/ataques homofóbicos. O que pensa a respeito?
O PL foi vetado sob a alegação de possíveis questionamentos de inconstitucionalidade. Entretanto, as distorções deveriam ter sido corrigidas com vetos parciais, para que todos os esforços e pleitos não tivessem sido em vão. O meu governo não poupará esforços para aprovar o PL 359/2007, que trata sobre a mesma questão. 

É a favor de se instituir na grade curricular das escolas municipais o ensino da diversidade sexual?
Vamos capacitar professores para estarem preparados para prevenir e agir em casos de discriminação e em respeito à diversidade. Para os alunos das EMEFM (Ensino Fundamental), ampliaremos as ações que visam a prevenção das DSTS, gravidez precoce e respeito à diversidade. 

A cidade de São Paulo tem sofrido ultimamente com inúmeros ataques homofóbicos. Nesse sentido, há alguma proposta para diminuir tais ocorrências?
Como Governador, sancionei a Lei 10.948/01, que pune o preconceito relacionado à orientação sexual ou identidade de gênero em todo o Estado de São Paulo. Também criei a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, responsável pela prisão de gangues homofóbicas e pelo combate a outros crimes contra LGBTs. Várias gangues homofóbicas foram desmanteladas e presas. Como prefeito, terei mais condições de integrar os órgãos públicos municipais como a GCM – com uma maior capacitação dos seus quadros – na luta contra a homofobia.

Se um candidato a prefeitura ou a outro cargo do executivo for homossexual assumido, isso pode ser fundamental para a vitória ou para derrota?
A orientação sexual de um político não deve ser fator preponderante para uma vitória ou derrota a um cargo executivo. O que deve nortear uma eleição é seu passado político, de realizações, suas propostas e capacidade de realizá-las.

Qual será a postura de uma eventual prefeitura de Geraldo Alckmin em relação à Conferência Municipal LGBT? 
Uma próxima conferência municipal terá nosso total apoio. Se houver apoio dos Governos Federal e Estadual, seguindo o calendário, ela poderá ser realizada ainda em 2010. 

Há setores da população LGBT que, por conta da sua ligação com a Igreja Católica, acreditam que o senhor não trataria com sensibilidade real os gargalos das pessoas homossexuais da cidade de São Paulo. Gostaria que o senhor falasse a respeito.
Como disse, como Governador, sancionei a Lei 10.948/01, que pune o preconceito relacionado à orientação sexual ou identidade de gênero em todo o Estado de São Paulo e também criei a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. O PSDB foi o partido que mais fez pela comunidade.

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