A comunidade LGBTQIAP+ de Salvador está enfrentando uma onda de assaltos durante as madrugadas, especialmente após solicitar corridas de moto via aplicativo. Nos últimos dias, pelo menos cinco casos foram registrados, com as vítimas sendo seguidas e abordadas por motoqueiros armados que as forçam a parar, espancando-as e roubando celulares e cartões. O advogado Ives Bittencourt, presidente da Comissão de Diversidade e Gênero da OAB Bahia, destaca que a vulnerabilidade social da comunidade torna seus membros alvos fáceis para a criminalidade, especialmente devido à falta de apoio familiar e de inclusão no mercado de trabalho.
As ocorrências têm sido alarmantes, com relatos de vítimas que foram diretamente ameaçadas durante os assaltos. Um filmmaker, que pediu para ser identificado apenas como Pedro, relatou que após sair de uma boate, foi abordado por homens armados que o agrediram e roubaram seu celular. Outro estudante, João, também passou por uma experiência similar, onde foi ameaçado com uma arma durante um trajeto relativamente seguro.
Além disso, casos de violência física foram comuns nos relatos, com vítimas sendo espancadas mesmo após entregarem seus pertences. O psicólogo Tiago e o professor André, ambos também vítimas de assaltos, descreveram experiências traumatizantes que os levaram a reconsiderar sua permanência na cidade.
A empresa 99, responsável pelo serviço de transporte, declarou que está mobilizando uma equipe para investigar os incidentes e reforçou que lamenta profundamente os acontecimentos. A Polícia Civil de Salvador também está atenta ao aumento desses crimes, assegurando que está trabalhando para proteger a comunidade e investigar as ocorrências.
Esses incidentes ressaltam a necessidade urgente de medidas de segurança e apoio para a comunidade LGBTQIAP+, que continua a lutar contra a violência e a discriminação. A falta de um ambiente seguro e acolhedor é um desafio persistente que precisa ser enfrentado, não apenas pelas autoridades, mas pela sociedade como um todo.
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