O assassinato de Mushin Hendricks, amplamente reconhecido como o primeiro imã abertamente gay do mundo, chocou a comunidade LGBTQ+ e levantou preocupações sobre a intolerância religiosa. Hendricks foi morto a tiros no último final de semana em Gqeberha, na África do Sul, após um ataque a seu veículo enquanto retornava de um casamento que havia celebrado. O incidente foi registrado por câmeras de segurança, mostrando uma emboscada com dois suspeitos armados que fugiram após os disparos.
Com 57 anos, Hendricks se destacou por sua coragem em viver sua verdade em um ambiente muitas vezes hostil. Ele se assumiu publicamente em 1996, ano em que a África do Sul adotou uma constituição que proibia a discriminação com base na orientação sexual. Em 2006, ele fundou a mesquita inclusiva Al-Ghurbaah, em Cape Town, criando a Inner Circle, um grupo de apoio para muçulmanos LGBTQ+ que promove discussões sobre gênero e sexualidade dentro do Islã.
O assassinato de Hendricks não apenas destaca a violência contra a comunidade LGBTQ+, mas também a resistência que ele simbolizava. Ele estava na cidade para celebrar casamentos inter-religiosos, um ato que desafia normas conservadoras dentro da fé islâmica. Isso levanta questões sobre o futuro da defesa dos direitos LGBTQ+ no Islã e o impacto que sua morte pode ter na luta por aceitação e igualdade.
Organizações de defesa dos direitos LGBTQ+, como a International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association (ILGA), expressaram temor de que este ato violento possa ser um crime de ódio, refletindo um clima de intolerância que ainda persiste. Enquanto isso, autoridades muçulmanas locais fizeram declarações contra os assassinatos extrajudiciais, mas não reconheceram Hendricks como imã, o que pode ser visto como uma tentativa de distanciar-se de sua luta.
Na ausência de detenções, a polícia ainda não definiu um motivo claro para o ataque, mas a comunidade LGBTQ+ se une para honrar a memória de Hendricks, que foi enterrado em uma cerimônia privada. A Al-Fitrah Foundation anunciou planos para erigir um monumento em sua homenagem, celebrando suas contribuições significativas para a causa LGBTQ+ dentro do Islã e além.
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