O assassinato do Imam Muhsin Hendricks, um defensor aberto dos direitos LGBTQ+, gerou uma forte condenação entre as diversas religiões, que enfatizaram que o ato é contrário às crenças religiosas e à Constituição sul-africana. O reverendo Moss Nthla, secretário geral da Aliança Evangélica da África do Sul (TEASA), declarou que a morte de Hendricks é um escândalo dentro da tradição cristã, afirmando que uma sociedade que executa pessoas por suas crenças é tirânica. Ele ressaltou que a democracia da África do Sul respeita os direitos humanos e que a intolerância que levou ao assassinato do Imam deve ser repudiada. Hendricks foi morto em Gqeberha, na província do Cabo Oriental, durante o fim de semana do Dia dos Namorados. Inicialmente, havia informações de que ele teria realizado um casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas depois foi esclarecido que ele oficiou uma união inter-religiosa entre uma mulher muçulmana e um homem cristão. O secretário geral do Conselho Unido de Ulama da África do Sul (UUCSA), Moulana Yusuf Patel, pediu cautela contra conclusões precipitadas e destacou que a comunidade muçulmana não deve ser injustamente associada ao crime, uma vez que não há evidências que liguem o assassinato a muçulmanos ou à sua fé. Patel reconheceu que, embora o Islã não aceite relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, é crucial distinguir entre crenças religiosas e atos de violência. Ele afirmou que a liberdade de viver de acordo com a orientação sexual é um direito garantido pela Constituição sul-africana, assim como a liberdade religiosa. O Sheikh Mohamed West, representando o Conselho Judicial Muçulmano (MJC), também comentou que, embora o Islã proíba claramente as relações LGBTQ+, a ênfase deve ser na convivência pacífica em uma sociedade diversificada. Ele argumentou que, apesar das diferenças morais, é possível coexistir sem violência ou abuso. O comissário de direitos humanos da África do Sul, Reverend Chris Nissen, qualificou o assassinato de Hendricks como um ato criminoso que não tem relação com a religião ou a Constituição, que é um documento secular que protege os direitos individuais e coletivos. Ele enfatizou que não se pode usar a religião para infringir a Constituição, que é suprema. O caso de Hendricks deve ser condenado por todos, uma vez que a Constituição sul-africana garante a liberdade religiosa e os direitos humanos, incluindo o direito à vida e à livre expressão da orientação sexual.
Quer ficar por dentro de tudo que rola? Dá aquele follow no Insta do Acapa.com.br clicando aqui e cola com a gente nas notícias mais quentes