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Assassinatos gays em Carapicuíba: Polícia suspeita de dois ex-PMs

Segundo reportagem publicada hoje no jornal Folha de São Paulo, a Polícia Civil investiga dois ex-PMs como suspeitos pela série de 13 assassinatos ocorridos no parque dos Paturis, em Carapicuíba.

Um dos ex-policiais é sargento reformado da Polícia Militar de São Paulo e alvo de investigação sobre a morte da travesti Pamela Peixoto, de 27 anos, morta em Osasco com um tiro na cabeça. Segundo a Polícia Civil, momentos antes do assassinato, a travesti e o ex-PM se registraram num hotel, onde passaram juntos algumas horas.

Por conta da morte da travesti, a polícia chegou a pedir decretação de prisão temporária de 30 dias para o sargento reformado, mas a Justiça não a concedeu. Foi cumprido um mandado de busca na casa do ex-sargento, e nada que o ligasse ao crime foi encontrado.

No caso dos assassinatos em Carapicuíba, após uma sessão de reconhecimento pessoal, o suspeito foi apontado como freqüentador do parque Paturis.

De acordo com o jornal, o segundo ex-PM é réu no processo do chamado "massacre do Carandiru". Ele ficou conhecido na década de 90 como o "matador de travestis" e chegou a ser condenado por seis assassinatos. As mortes, assim como a maioria das ocorridas no parque, foram cometidas com um revólver 38.

Para não atrapalhar as investigações, a polícia não revela os nomes dos ex-policiais.

Providências
A ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lébicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais – enviou um ofício na noite de ontem para órgãos e autoridades solicitando agilidade na investigação dos assassinatos.

O documento foi enviado ao governador do Estado de São Paulo, José Serra; ao Coordenador de Assuntos da Diversidade Sexual de São Paulo, Cássio Rodrigo; ao Secretario de Segurança Publica, Ricardo Balestreri; ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, Luiz Flávio Borges; ao Secretário de Segurança Publica do Estado de São Paulo, Ronaldo Marzagão; e ao Ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos.

A entidade reforça que a "impunidade tem sido uma característica fortemente associada aos assassinatos de homossexuais no Brasil como um todo". Toni Reis, presidente da Associação, aponta o caso como uma situação que evidencia a necessidade de LGBTs terem legislação específica de proteção e pede que as autoridades se empenhem para pressionar o Senado em prol da aprovação do PLC 122/06 – que criminaliza a homofobia no país.

Arrepios
Segundo reportagem da Folha, o governador José Serra afirmou ontem em evento em Carapicuíba, próximo ao parque dos Paturis, que acredita no sucesso das investigações. O tucano disse ter sentindo "arrepios" ao ouvir os detalhes da atuação do assassino. "Senti arrepios. Um assassinato em série sempre é mais assustador do que um assassinato cometido por motivos vários. É coisa planejada, doentia e muito perigosa".

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