Cícero Torres, delegado regional de Arapiraca, garantiu ontem, 21/9, que agentes da polícia civil, mesmo em greve, trabalham para descobrir quem matou Osvan Inácio dos Santos, que foi violentado sexualmente e espaçando até a morte em Arapiraca, Alagoas.
A promessa foi feita em conversa com o gerente de Diversidade Sexual da Secretaria de Direitos Humanos, Otávio Oliveira. De acordo com o delegado Cícero, as autoridades estão trabalhando com duas hipóteses para o crime: na primeira, se apura a possibilidade do preconceito ter motivado o homicídio; a segunda linha investiga o envolvimento do homossexual em pequenos delitos na região de Arapiraca, já que a vítima apresentava ficha na polícia.
Ainda segundo o delegado responsável pelo caso, há indícios de que o assassino tenha ido à festa do Miss Gay. "Em princípio, não podemos pensar apenas em crime motivado por homofobia. No dia do crime, ele chegou a ser acusado de furtar um celular. É possível que esteja aí a explicação para o crime. No entanto, temos apenas conjecturas neste momento."
O jovem Osvan, 19 anos, foi encontrado morto no domingo 16, após ter sido coroado Miss Gay da cidade no dia anterior. Ele estava totalmente nu e apresentava ferimentos na cabeça. Segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal), ele teve traumatismo craniano com afundamento do crânio.
Para Tedy Marques, presidente do Grupo Gay de Alagoas, "a homofobia é um dos problemas mais graves a serem enfrentados no Brasil, os governos devem promover políticas públicas especificas que promovam a inclusão social e a cidadania da população GLBT. É inadmissível que em nosso país a cada dois dias um homossexual seja barbaramente assassinado".
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