A APOGLBT – Associação da Parada do Orgulho Gay, Lésbico, Bissexual e Trangênero de São Paulo -, começou a promover mudanças importantes e efetivas para melhoria da maior parada gay do mundo. Entre as principais intenções da associação está a manutenção do evento na Avenida Paulista, local onde o evento nasceu e cresceu, até se tornar o maior evento gay do mundo, e profissionalizar a parada, vendendo cotas de patrocínios. Para que ambos os objetivos sejam concluídos com êxito, a Associação contratou o marqueteiro especialista em capitalização de recursos André Guimarães, da empresa Fun Pride, que trabalhou durante seis anos na realização das festas do Dia do Trabalho para a Força Sindical e há três está à frente das comemorações da CUT. André é o mais novo homem de frente da Associação e cabe a ele captar recursos, no mínimo, entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão (verba necessária para bancar a realização do evento). O montante deverá ser captado através da venda de cotas de patrocínios a empresas públicas e privadas, que devem variar entre R$ 50 mil e R$ 200 mil, dependendo do espaço publicitário e da consultoria empresarial incluída no pacote. Nesse último caso, a associação em parceria com a Unicamp vai mapear o consumo dos produtos por parte da comunidade GLBT. Com nome de “Parada 2007”, o projeto será lançado hoje em festa comemorativa no vão livre do Masp. A festa, fechada para convidados, vai comemorar os dez anos da parada, o lançamento do livro sobre os dez anos, que conta com textos de Zezé Brandão, Fernando Bonassi, Sérgio Carrara, Sérgio Mamberti, Sergio Gardenghi Suiama, João Silvério Trevisan, Vange Leonel, Anna Paula Vencato, Claudia Assef, Ferdinando Martins, e a apresentação do projeto para potenciais patrocinadores. “A idéia é captar cerca de R$ 2 milhões com as cotas de patrocínio para, além de expor marcas no material institucional, em trios elétricos, outdoors ambulantes e balões, realizar pesquisas para as empresas interessadas em saber da sua participação no segmento GLBT”, afirmou Guimarães à “Folha de São Paulo”. Ainda segundo o jornal, empresas como Petrobrás, Caixa Econômica Federal, TIM, Shell, IBM e Microsoft estão na lista de “possíveis patrocinadores”. A verba arrecadada com o projeto, que conta com o apoio do secretário de Participação e Parceria da Prefeitura de São Paulo, José Police Neto, ainda deverá ser utilizada para pôr fim à dívida de R$ 260 mil acumulada nos últimos três anos pela associação. O secretário também tentar mediar um acordo entre Prefeitura e Associação para manter a parada na Avenida Paulista. Outra batalha que deve ser travada por Guimarães é a manutenção do evento na Avenida Paulista. “A parada gay é como a São Silvestre. Tem sua história e sua origem ligada à Avenida Paulista. Não há sentido em tirarmos ela de lá”, afirmou o marqueteiro. Ainda segundo informou Guimarães, quando a Associação assinou com o Ministério Público um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) – que determinou, entre outros fatores, o horário de liberação da via e a não realização do evento na Avenida Paulista no ano seguinte-, ficou previsto que a prefeitura deveria apresentar num prazo de 90 dias opções de locais para a parada, o que não ocorreu. Ele acredita não ser necessária uma “medida judicial” para resolver o caso. “Isso nos dá liberdade para apenas pedir permissão para a PM [Polícia Militar], mas tudo está sendo minimamente conversado e acertado. Simplesmente não há outro local que comporte o público que reunimos”, afirmou o representante da Associação à “Folha de São Paulo”. A Parada do Orgulho Gay de São Paulo, a maior do mundo com 2,5 milhões de participantes, e injeta, anualmente, R$ 200 milhões na economia da cidade e geram 8.000 empregos temporários.
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