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Associação da Parada espera 4 milhões de pessoas na Paulista

Pela primeira vez em sua história, a Associação da Parada do Orgulho GLBT tem a sua frente um homem transexual, Alexandre Santos. Mais conhecido como o Xande, ele foi eleito no final do ano passado, sob uma missão árdua pela frente: a de encarar o maior evento gay e público do mundo em baixo de uma chuva de críticas quanto a sua logística e segurança.

E próximos da parada, uma péssima notícia chega à associação. Uma ordem de despejo por conta do governo do estado. A APOGLBT e mais três grupos terão de deixar o 13º andar do edifício que ocupam na região da Praça da República. Em entrevista exclusiva, Xande disse ao site que "não vamos ficar parados, vamos fazer ações na parada". Falou também da ausência de trios de casas noturna, "foi opção das casas", e ainda sobre a parada revela: "pessoalmente eu sonho com uma parada feita só com o movimento social".

E sobre o despejo da APOGLBT, é oficial? Quais são os motivos?
É oficial, pois a história é o seguinte: esse espaço foi cedido pela ONG Ação Cidadania há 10 anos. Eles nos deram uma sala por considerarem isso uma ação cidadã, fizeram isso com outros grupos que também terão que sair de lá. A história começou entre novembro/dezembro do ano passado quando chegou uma carta avisando que teríamos que sair de lá, ficamos no aguardo, tentamos mostrar o nosso trabalho, mas eles (governo estadual) disseram que o uso era indevido.

E o que pretendem fazer? Tem para onde ir?
Tentamos todos os diálogos, mas temos um mês para sair a partir do dia 15/05. Mas não vamos ficar quietos, junto com os outros grupos, vamos fazer ações na parada, falas no carro, vamos recolher assinaturas na Feira da Parada, pois são 10 anos de história. E outra, a Associação não tem para onde ir, e pior, isso acontece no mês do orgulho, como vamos conseguir parar pra pensar nisso agora. Vamos batalhar para permanecer aqui.

E o patrocínio esse ano, como foi?
Foi igual do ano passado, colaboraram com a gente o Ministério do Turismo, Nossa Caixa e a Petrobrás.

E sobre o número de participantes, vocês trabalham com alguma expectativa?
A gente sempre trabalha com o número do ano anterior, no caso 3,5 milhões, e acreditamos que tende a crescer. Então, a nossa expectativa é que esse ano compareçam quatro milhões.

Uma notícia que surpreendeu a muita gente esse ano foi em relação a ausência de trios das casas noturnas, houve algum motivo específico para isso?
Foi opção das casas. Quando se abriu o prazo para as inscrições eles vieram nos procurar para saber o preço e outras coisas, e ficou por aí. Pelo que pude ler na mídia é que eles optaram por se concentraram nas festas de suas casas, por uma questão de logística.

Com isso, você acha que o Perfil da parada muda?
Olha, eu enquanto Xande, o meu sonho é ter uma parada feita só pela militância e movimento social. Não que as casas noturnas não sejam importantes, pois a Parada é inclusão e não exclusão. E esse ano se configurou assim. É movimento de cabo a rabo. Tem até o pessoal do movimento sindical. Mas, ainda em relação as casas, tem até a história d’A Lôca que quando não desfilou ficou todo mundo perguntando, mas A Lôca é A Lôca, já tem nome, e assim também funciona com a The Week. Elas passaram pela Parada, fizeram a sua história, e hoje não tem uma só pessoa que venha a parada e não saiba da existência da Lôca ou da The Week. Mas, as portas estão abertas.

E sobre a segurança?
Eu queria falar sobre isso mesmo, tem a logística nova, mas eu queria falar para as pessoas realmente tomarem cuidado com as suas máquinas fotográficas e carteira.

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