A APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo) enfrenta um dilema desde a véspera da Parada gay em São Paulo deste ano: uma ordem de despejo por parte do governo Estadual avisava que a APOGLBT e mais três grupos que ocupam o 13º andar do edifício Andraus (Rua Pedro Américo, 32), localizado na região da Praça da República, teriam que deixar o local.
Por uma década, a APOGLBT ocupou um espaço cedido pela ONG Ação Cidadania. Segundo Alexandre Peixe dos Santos, o Xande, presidente da Parada, "eles deram uma sala por considerarem isso uma ação cidadã". Porém, ao tentarem justificar com o governo do estado de São Paulo o uso do espaço doado apresentando os trabalhos realizados, tal uso foi considerado indevido por parte do poder executivo.
O prazo para a Associação da Parada e dos outros grupos deixarem o local venceu no dia 14/06, e pra onde foi a APOGLBT? Em conversa exclusiva com o A Capa, Xande explicou que a ONG pediu um prazo para procurar um novo endereço. "Mandamos uma carta para o procurador pedindo mais sessenta dias. Estamos procurando um espaço comercial" disse.
Xande adianta que a APOGLBT irá fazer campanha na busca de parceiros, "o povo fica falando que a gente está cheio de dinheiro, mas é tudo mentira. O dinheiro que entra vai todo para a Parada, pois se trata de projeto, ou seja, tem uma verba destinada para aquilo. Não sobra dinheiro pra outras coisas". Sobre as parcerias, o presidente da instituição deixa claro que não será com governo nem com grupos políticos, "por conta da nossa cláusula estatuária, não vamos buscar parcerias com governos e nem com grupos políticos, pois assim mantemos a nossa independência".
Tal realidade deve fazer com que a Associação perca todo seu material gráfico. "Todo o nosso material impresso está com o endereço atual, então vamos perder tudo. Isso é uma pena", lamenta Xande.
Questionado a respeito da questão financeira da entidade, Xande diz que "estamos organizando uma campanha para encontrar novos parceiros e também uma campanha para doação. Ainda não há um prazo de quando sairá essa campanha, no momento estamos estudando aquilo que pode e que não pode fazer enquanto organização não governamental".