Pesquisa revela que metade da comunidade LGBTQIA+ consulta práticas esotéricas, principalmente por diversão e autoconhecimento
Nos últimos anos, a astrologia, leitura de tarot e consultas a videntes têm conquistado um público cada vez mais diverso e engajado, especialmente entre a comunidade LGBTQIA+ nos Estados Unidos. Uma pesquisa recente mostrou que cerca de 30% dos adultos americanos recorrem a essas práticas pelo menos uma vez ao ano, e a comunidade LGBTQIA+ se destaca nesse cenário, com aproximadamente metade dos membros consultando horóscopos ou cartas de tarot regularmente.
Entre diversão e busca por significado
Apesar do crescimento da popularidade dessas práticas místicas, a maioria das pessoas que as utiliza o faz por diversão, buscando entretenimento e uma conexão lúdica com o universo. Apenas 10% dos americanos afirmam que acreditam que essas práticas lhes proporcionam insights úteis para a vida. No entanto, dentro da população LGBTQIA+, esse número é maior, com quase 30% relatando que consultam astrologia, tarot ou videntes em busca de orientação.
Esse fenômeno vai além da simples curiosidade: para muitos LGBTQIA+, a astrologia e o tarot oferecem um espaço simbólico de acolhimento e autoconhecimento em sociedades que nem sempre abraçam suas identidades. A ligação com essas práticas muitas vezes funciona como um ritual de afirmação e empoderamento pessoal.
Quem acredita e consulta mais: jovens, mulheres e pessoas LGBTQIA+
A pesquisa também revelou que mulheres jovens, especialmente as que têm entre 18 e 49 anos, são as que mais acreditam e consultam astrologia, com 43% delas afirmando acreditar que a posição dos astros pode influenciar suas vidas. Entre os homens da mesma faixa etária, esse índice cai para 20%.
Já as pessoas que se identificam como LGBTQIA+ são significativamente mais propensas a consultar práticas esotéricas: 54% afirmam consultar astrologia ou horóscopos anualmente, o dobro da taxa da população geral. Quando o assunto é tarot, 33% dos LGBTQIA+ usam essa ferramenta, contra apenas 11% da população em geral. Essa preferência pode estar ligada à busca por espaços alternativos de espiritualidade, onde suas identidades são reconhecidas e celebradas.
Práticas esotéricas e decisões importantes
Embora o uso das práticas místicas seja majoritariamente recreativo, cerca de 7% dos americanos que as utilizam dizem confiar pelo menos um pouco nas orientações obtidas para tomar decisões importantes na vida. Entre as pessoas LGBTQIA+, esse percentual sobe para 21%, indicando que para uma parcela considerável dessa comunidade, astrologia, tarot e consultas a videntes desempenham um papel significativo no processo de escolha e reflexão pessoal.
Contexto cultural e social
O aumento do interesse por essas práticas entre jovens e LGBTQIA+ está alinhado com a expansão das redes sociais e plataformas digitais, onde o esoterismo ganhou espaço para criar comunidades virtuais de identificação e troca. Durante os períodos de isolamento social, como a pandemia de COVID-19, essas conexões se intensificaram, oferecendo suporte emocional e espiritual alternativo.
Em suma, a astrologia e o tarot se tornaram ferramentas importantes, sobretudo para quem busca construir sentidos de pertencimento e autoaceitação em contextos sociais desafiadores. Para o público LGBTQIA+, essas práticas não são apenas entretenimento, mas também um caminho para explorar suas jornadas pessoais com mais autenticidade e esperança.