A atleta sul-africana Caster Semenya venceu ontem a final feminina dos 800 metros no Mundial de Atletismo de Berlim, no entanto, o que chamou mais atenção da imprensa não foi sua vitória e, sim, os boatos sobre sua sexualidade.
Caster Semenya foi submetida a testes para comprovar se realmente era mulher. A atleta, de 18 anos, só foi confirmada na prova depois que a Federação de Atletismo (IAFF) afirmou que Caster não era hermafrodita.
"Visualmente, podemos saber, em 99% dos casos, quem é mulher e quem é homem. Mas há 1% que exige procedimentos. Trata-se de uma investigação médica e genética", explicou o secretário geral-assistente da IAAF, Pierre Weiss.
Sobre a conduta da atleta em não dar entrevistas, Pierre revelou que foi uma decisão da própria IAFF. "Essa pessoa é uma mulher, uma jovem, tem 18 anos e não está preparada para responder às perguntas que as pessoas querem e têm todo o direito de fazer. A decisão de retirá-la das entrevistas foi da IAAF", disse.
Michael Seme, técnico da atleta, foi irônico em sua declaração quanto a polêmica. "Vocês podem falar com as companheiras dela. Todas já a viram tomando banho", brincou.