O ator e diretor Felipe Cabral – que é conhecido pelos curtas Gaydar e Rótulo – assumiu a homossexualidade em seu Facebook e disse que precisava sair do armário para poder ajudar na luta contra a homofobia.
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No texto "Eu sou gay e quero um mundo melhor", ele afirma que quer sair do armário em resposta aos vários ataques que a comunidade LGBT vem sofrendo na televisão.
"Tem muito reacionário e conservador achando que pode falar na televisão, nos palanques, o que bem entender sobre mim, sendo totalmente homofóbico e usando a liberdade de expressão como escudo para os seus discursos de ódio. Peraí, isso tem que parar", escreveu, salientando que a homofobia tem que ser considerada crime.
Felipe questiona a votação expressiva de Marco Feliciano e Jair Bolsonaro nas eleições e pede a conscientização dos seguidores. "Eles estão dizendo que eu, Felipe, seu amigo, é errado, pecador, pedófilo, que não merece ter os direitos respeitados que nem meus amigos héteros. Eles foram eleitos por parte da população que pensa que nem eles! É para ter medo, sim".
Ele conta que passou a querer se assumir depois uma viagem internacional, dentre elas Nova York, e voltar ao Brasil. "Passeio pela cidade e vejo trezentos bares gays, vídeos do governo fazendo campanha a favor da comunidade LGBT, um casal de senhoras se casando no meio da praia. Volto pro Rio e tenho que ter medo de levar vassourada na rua? Não, eu mereço ser feliz. Quero uma cidade melhor".
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O ator também desabafou sobre os comentários de que só faz filmes gays. "Eu faço filmes sobre o que penso, sobre o que eu sou. Nunca vi ninguém questionar um diretor héteros se ele 'só ia fazer filmes héteros'. Ninguém nunca falou que o Titanic era um filme hétero", frisou o artista, que disse não ter medo de perder trabalhos. "Não sou galã, não estou perdendo contrato milionário. Se dar pinta é um problema, que seja".
"Sair do armário é um ato político, sim, claro, mas mais do que isso, é um gesto de amor comigo mesmo. Esse ano vou lançar meu novo curta "Aceito" e eu prometi que seria o ano que eu diria sim pras coisas. Dizer sim pra mim mesmo é o mais importante", explica.