Ontem, a novela "Amor e Revolução", do SBT, exibiria o primeiro beijo gay da TV brasileira se a cúpula da emissora não o tivesse vetado. Em entrevista ao jornal "Folha de São Paulo", o ator Lui Mendes, 40, que protagonizaria a cena ao lado de Carlos Artur Thiré, afirmou que não sabia do veto.
"Para mim, como ator, é apenas mais um papel. Estou acostumado com essas coisas. Não é da minha alçada decidir sobre a cena, é extra-papel", declarou Lui.
O ator contou ainda que, quando viveu um homossexual na novela "A Próxima Vítima", da Globo, foi avisado de que seu personagem faria par romântico com Sandrinho, vivido pelo ator André Gonçalves (foto). No entanto, em "Amor e Revolução", Lui não foi avisado pelo autor Tiago Santiago sobre a homossexualidade de seu personagem.
Segundo o ator, ao longo da trama, com o sucesso do casal lésbico de Luciana Vendramini e Gisele Tigre, que teve cena de beijo, Tiago Santiago achou que era o caso de criar um novo casal de homens gays.
Quanto ao veto do beijo gay, o autor da trama afirmou que a decisão foi motivada por "motivos comerciais". Segundo uma pesquisa realizada pelo SBT para avaliar o desempenho de "Amor e Revolução", cenas de violência e de beijo explícito incomodaram "a maioria das famílias brasileiras".
Na próxima edição da revista A Capa, que estará disponível na semana que vem, o autor Tiago Santiago em entrevista exclusiva afirma que gostaria de fazer mais do já fez com relação à homossexualidade na teledramaturgia brasileira.