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Atores de Paraíso Tropical acreditam que discrição diminui preconceito

Os atores Carlos Casagrande e Sérgio Abreu, o casal “gay” da novela Paraíso Tropical, da TV Globo, afirmaram em entrevista à Revista da TV esta semana que a discrição de Rodrigo e Tiago ajudou na aceitação deles pelos outros personagens da trama.

Segundo a nota, os autores de Paraíso, Gilberto Braga e Ricardo Linhares, pediram aos atores que evitassem afetação, já que a idéia não era discutir a homossexualidade. “O relacionamento de Rodrigo e Tiago foi escrito e dirigido desta forma para enfatizar a estabilidade e a aceitação do casal em sociedade. Todos os personagens da novela convivem com eles na maior tranqüilidade, e isso faz o público entender como o preconceito é tolo”, justifica Carlos Casagrande.

“Sempre convivi com pessoas com o perfil do Rodrigo, tenho muito amigos gays. Isso me deixou mais à vontade para estudar os sentimentos, as atitudes, a postura, o humor e a personalidade do personagem. Sérgio quis ir mais fundo. Estudou muito e, em momento algum, caiu na armadilha de se preocupar com o preconceito alheio”, disse à revista.

Já Sérgio busca no passado a resposta para a censura do beijo e acredita que a discriminação não será resolvida como em um passe de mágica: “Você não pode mudar a cabeça de uma sociedade ou do mundo de uma hora para a outra. A idéia nunca foi que o beijo acontecesse”.

“Se formos estudar a história da televisão, quanto tempo um beijo heterossexual levou para ir ao ar? Muito tempo. E tudo o que é polêmico tem um tempo para acontecer”, completou.

“A primeira coisa que eu naturalmente tiver que fazer foi não me preocupar com a rejeição. Mas nunca acreditei que fosse ser uma reação violenta, até porque o público já está um pouco mais acostumado”.

Para o ativista Julian Rodrigues, do Instituto Edson Neri, a trama é preconceituosa, na medida em que os autores propõem a higienização do homossexual: "Muito equivocada a abordagem do autor. A idéia de que é preciso ‘higienizar’ o comportamento homossexual para que possamos ser aceitos é autoritária. É uma normatização. Mais ou menos assim: ‘Vocês podem até ser gays, mas não podem ‘fechar’ , nao devem se comportar fora dos padrões".

Capítulo à parte, os comentários no site da revista são assustadores e demonstram que, ao contrário do que quer acreditar a emissora global, a assepsia do casal gay não ajudou em nada na luta contra a homofobia.

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