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Atos antirracistas e anti-LGBT+ crescem 5% na França em 2024

Discurso de ódio e cyberbullying alimentam aumento das agressões contra LGBTQIA+ na França
Atos antirracistas e anti-LGBT+ crescem 5% na França em 2024

Discurso de ódio e cyberbullying alimentam aumento das agressões contra LGBTQIA+ na França

O ano de 2024 na França traz à tona um aumento preocupante nos atos antirracistas e anti-LGBT+, com um crescimento registrado de 5% nas infrações direcionadas à população LGBTQIA+. Essa escalada de agressões, que inclui insultos nas ruas, cyberbullying e até mesmo violência física, é um reflexo direto de um clima social cada vez mais hostil e permeado por discursos discriminatórios.

Segundo dados oficiais do governo francês, foram aproximadamente 4.800 infrações relacionadas a esse tipo de preconceito, incluindo 3.100 crimes e delitos, um aumento de 7% em relação ao ano anterior, e 1.800 contravenções. Embora o índice de crescimento seja um pouco menor do que em anos anteriores, quando a média de aumento era de 15% entre 2016 e 2023, a situação ainda é alarmante, principalmente pelo aumento mais acelerado dos crimes e delitos, que representam os atos mais violentos.

Um cenário de discursos de ódio em ascensão

Para movimentos como a SOS Homophobie, o contexto atual é descrito como délétère – ou seja, tóxico. A presidente da entidade, Julia Torlet, alerta que figuras políticas que propagam falas anti-LGBT+ acabam dando uma aparente licença para que a hostilidade se manifeste de forma mais aberta e frequente. Essa legitimação do ódio cria um ambiente onde agressões verbais e físicas se tornam mais comuns e aceitas socialmente.

O cyberbullying é um dos reflexos mais visíveis desse fenômeno. Personalidades públicas que representam a diversidade, como o diretor artístico Thomas Jolly e a DJ Barbara Butch, que participaram da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, foram alvo de ataques e ameaças, demonstrando que a violência digital é uma extensão da intolerância presente na sociedade.

Quem são as vítimas e agressoras?

Os dados mostram que as vítimas são majoritariamente homens jovens, com mais de 70% dos casos registrados em 2024 envolvendo pessoas abaixo dos 30 anos. A diversidade das discriminações engloba gayfobia (55%), transfobia (23%), lesbofobia (12%), bifobia (3%) e intersexofobia (1%).

Por outro lado, os agressores também são, em sua maioria, homens jovens, responsáveis por 83% dos casos. Cerca de um terço das infrações são injúrias ou difamações, e quase 10% delas acontecem no ambiente online, sinalizando a importância de políticas de combate ao discurso de ódio na internet.

Desafios para o enfrentamento

Apesar do aumento das agressões, o número de denúncias oficiais permanece muito baixo, com apenas cerca de 4% das vítimas registrando queixa. Isso evidencia a dificuldade de acesso à justiça e o medo que muitas pessoas LGBTQIA+ ainda sentem ao expor suas histórias.

Além disso, a concentração desses atos em grandes cidades, como Paris e outras com mais de 200 mil habitantes, indica que o problema é especialmente grave nos centros urbanos, que deveriam ser espaços de maior diversidade e acolhimento.

O delegado interministerial para o combate ao racismo, ao antissemitismo e à LGBTfobia, Mathias Ott, ressalta que essa tendência preocupante está inserida em um quadro mais amplo de crescimento do ódio em suas múltiplas formas. Ele destaca a necessidade urgente de ações efetivas para desconstruir preconceitos e garantir direitos.

Reflexo para a comunidade LGBTQIA+

Para a comunidade LGBTQIA+, esses números são um alerta sobre os desafios ainda enfrentados mesmo em países considerados mais avançados em direitos civis. O aumento dos atos anti-LGBT+ reforça a importância da solidariedade, da visibilidade e do engajamento em causas que promovam a igualdade e o respeito.

Em um momento em que a violência e o discurso de ódio ganham espaço, é fundamental que a sociedade e as instituições estejam alinhadas para proteger as pessoas LGBTQIA+ e combater toda forma de intolerância. A luta por um mundo mais justo e seguro para todas as identidades continua, e a informação é uma aliada poderosa nessa jornada.

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