O Grupo Gay da Bahia divulgou essa semana seu relatório anual com o número de homossexuais assassinados no Brasil.
Os dados de 2012 mostram um aumento de 26% em relação a 2011 no número de vítimas. Ao todo, 336 LGBT foram mortos no país, indicando que a cada 26 horas um homossexual foi assassinado no Brasil. Destes, 188 eram gays, 128 travestis, 19 lésbicas e 2 bissexuais.
“O mais chocante são esse crescimento de 26% em relação ao ano anterior e a impunidade. Mais de 70% dos crimes não tiveram o assassino identificado. No Brasil, a sociedade, a polícia e até juízes transformam a vítima em réu. Homossexual é associado a marginal. Para mudar, seria fundamental liberar o kit anti-homofobia, que ajudaria a formar quem está na escola, e aprovar o PL 122, que equipara homofobia ao racismo”, diz o ativista Luiz Mott, presidente do GGB e coordenador da pesquisa.
A maioria das vítimas – 152 – estava no Nordeste. As informações do GGB apontam Alagoas como o estado mais perigoso. Foram 18 mortes, 5,6 assassinatos para cada um milhão de habitantes. O índice geral do Brasil é de 1,7 LGBT mortos para cada um milhão de habitantes. Em números absolutos, São Paulo é o estado com mais vítimas: 45.
“O Brasil precisa de política pública para combater o problema. Não pode mais ser no improviso”, reivindica Mott.