Um novo estudo revela um alarmante aumento da intolerância em relação a pessoas LGBTQ+ nas escolas de Quebec, Canadá. A pesquisa, realizada pela GRIS-Montréal, uma organização de defesa dos direitos LGBTQ+, analisou 35.705 questionários preenchidos por estudantes do ensino médio em Montreal, Quebec e outras regiões da província. Os resultados mostram que mais de 40% dos entrevistados relataram sentir-se desconfortáveis ao saber que seu melhor amigo é gay, um aumento significativo em comparação aos anos anteriores. A porcentagem de alunos que se sentiram desconfortáveis ao saber que uma amiga é lésbica dobrou, passando de 15,2% no ano letivo de 2017-18 para 33,8% em 2023-24.
Além disso, 24,4% dos estudantes demonstraram desconforto em relação a homens gays criando filhos, um aumento alarmante em relação aos 10,4% do mesmo período. Este aumento de atitudes intolerantes é notável entre jovens de todas as idades, gêneros e localizações geográficas, mas é especialmente mais acentuado entre jovens do sexo masculino e aqueles que não têm contato com pessoas LGBTQ+ em seus círculos sociais.
A diretora-geral da GRIS-Montréal, Marie Houzeau, assinalou que a aceitação começou a regredir a partir do ano letivo de 2018-19, e atribuiu parte desse fenômeno à crescente retórica homofóbica e transfóbica em discursos políticos e nas redes sociais. A influência de figuras públicas, como o polêmico influenciador Andrew Tate, que tem sido criticado por suas opiniões sobre sexualidade, também foi mencionada como um fator que molda a visão dos jovens sobre o que é considerado aceitável.
A professora aposentada Line Chamberland, especialista em diversidade de gênero e sexualidade, enfatizou que os discursos políticos de direita nas plataformas sociais têm impactado as percepções dos jovens sobre relacionamentos românticos e parentalidade. O estudo destaca uma necessidade urgente de reafirmar os valores de aceitação e inclusão em todos os níveis da sociedade, especialmente no contexto escolar, onde a educação deve ser um pilar na luta contra a intolerância. A presidente de uma federação de comitês de pais, Mélanie Laviolette, apelou para que os pais intervenham em casa quando seus filhos expressarem opiniões inadequadas, enquanto Houzeau pede que autoridades públicas defendam a inclusão de forma mais ativa.
A luta pela aceitação e pelos direitos da comunidade LGBTQ+ continua, e é vital que todos se unam para promover um ambiente mais seguro e acolhedor para todos os estudantes, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
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