Nos últimos tempos, a Austrália tem enfrentado um alarmante aumento da violência homofóbica, especialmente entre grupos de adolescentes. Essa nova forma de violência envolve os agressores utilizando aplicativos de encontros para atrair suas vítimas, que são então agredidas e filmadas durante os ataques, com os vídeos sendo posteriormente compartilhados nas redes sociais. O caso de Frank Bonnici, um homem de 47 anos de Melbourne, exemplifica essa triste realidade. Ele foi brutalmente atacado por um grupo de adolescentes que o abordou enquanto ele e seu parceiro caminhavam, proferindo ofensas homofóbicas. Bonnici foi ferido com uma faca, levando a uma recuperação longa e dolorosa, além da interrupção de sua carreira como trabalhador social, professor de yoga e modelo.
O aumento dessas agressões não se limita a uma única cidade; cidades como Sydney, Brisbane, Perth e até mesmo Auckland e Canberra têm registrado incidentes semelhantes. Simon Ruth, diretor da Thorne Harbour Health, alerta que esses ataques têm se intensificado, passando de agressões em aplicativos para ataques mais violentos nas ruas. O trabalho da polícia tem sido crucial, com várias prisões de adolescentes envolvidos em assaltos armados e extorsões.
Jeremy Oliver, da polícia de Victoria, informou que desde junho, dezenas de ataques foram registrados, muitos deles envolvendo armas como facas e machetes. Ele destacou que a crescente masculinidade tóxica entre os jovens e a desintegração da coesão social são fatores que contribuem para esse aumento de violência. Muitas vezes, esses jovens se sentem encorajados a compartilhar seus crimes nas redes sociais como uma forma de se promover e ganhar notoriedade entre seus pares.
Diante desse cenário, Bonnici pede que a comunidade LGBT esteja atenta e se proteja, ressaltando que a violência pode atingir qualquer um, independentemente da situação. Ele enfatiza a necessidade de uma resposta coordenada em nível nacional para lidar com esses crimes. Anna Brown, da Equality Australia, concorda, afirmando que esses ataques devem ser tratados com a mesma gravidade que outras formas de terrorismo doméstico, e que é urgente a criação de leis que protejam a comunidade LGBT contra discursos de ódio e vilificação.
Enquanto Bonnici continua sua recuperação, lutando com dor e insônia, a necessidade de apoio e políticas eficazes para proteger a comunidade LGBT torna-se cada vez mais evidente. O aumento da violência homofóbica não é apenas uma questão de segurança pessoal, mas um reflexo de uma sociedade que ainda precisa evoluir em termos de aceitação e respeito à diversidade.