A Federação Inglesa de Futebol (FA) divulgou um aumento alarmante de quase 20% nas alegações de discriminação relacionadas à orientação sexual no futebol de base. Este dado faz parte do Relatório de Disciplina do Futebol de Base 2023/2024, que abrange partidas do nível 5 e abaixo da pirâmide do futebol masculino e do nível 3 e abaixo do futebol feminino. Foram registradas 678 alegações graves de discriminação por orientação sexual, com 398 acusações resultantes e 333 delas comprovadas, representando um aumento de 11,7%. Este número é o mais elevado entre todos os tipos de discriminação reportados.
Organizações como o Football v Homophobia expressaram sua preocupação com essa tendência crescente, destacando a necessidade de uma abordagem mais focada para combater a linguagem e comportamentos anti-LGBTQ+ no futebol de base. O grupo fez um apelo à FA para que intensifique seus esforços em educação e treinamento sobre discriminação anti-LGBTQ+, promovendo um ambiente mais inclusivo e seguro para todos os jogadores.
O relatório surge em um contexto de intensa controvérsia relacionada à campanha Rainbow Laces, que teve a resistência de alguns jogadores em participar. Exemplos notáveis incluem Sam Morsy, do Ipswich Town, que se recusou a usar uma braçadeira arco-íris por motivos religiosos, e Marc Guehi, do Crystal Palace, que escreveu mensagens religiosas em sua braçadeira. Esses incidentes refletem uma resistência mais ampla dentro do esporte em relação à aceitação plena da comunidade LGBTQ+.
A Football v Homophobia está pedindo uma ampliação do apoio à campanha durante o Mês de Ação em fevereiro e enfatiza a importância de educar clubes, ligas e associações sobre a inclusão e o respeito à diversidade no futebol. O fortalecimento dessas iniciativas é visto como crucial para mudar a narrativa e criar um ambiente onde todos, independentemente de sua orientação sexual, se sintam bem-vindos e seguros no esporte que amam.