Autor de biografias de grandes personalidades gays, como a de Marcel Proust e Oscar Wilde, um guia de sexo gay e quatro volumes que documentam a cultura gay moderna nos EUA, o escritor norte-americano Edmund White desembarca no Brasil para participar da 4ª Festa Literária Internacional de Parati, que acontece entre os dias 9 a 13 de Agosto de 2006. A cultura do corpo e o consumismo desenfreados preocupam White. Numa entrevista recente, ele disse que é difícil ter o que conversar com muitos jovens gays aos quais é apresentado. Afirmou ainda que o mundo perdeu grandes intelectuais e artistas promissores para o HIV na década de 80. Os quatro livros lançados por ele são quase autobiográficos – o tema central é a própria homossexualidade de White. O primeiro livro, “Um jovem americano”, retrata os anseios sexuais e emocionais de um jovem rapaz numa pequena cidade do interior dos EUA. “O lindo quarto está vazio” é ambientado nos anos 60 é uma crítica aos modelos médicos e psicanalíticos da época (ainda éramos tratados como doentes); é ainda uma alusão à vida do autor, que teve que freqüentar sessões com psicanalistas a pedido do pai, que gostaria de ter um filho “normal”. Seu terceiro livro, “The Farewell Symphony”, nos mostra as grandes transformações que a cultura gay sofreu após a descoberta da AIDS, a convivência com os heterossexuais e a sobrevivência de um homem frente à morte de seus amigos soro-positivos. Mais uma vez, o autor coloca passagens de sua vida em sua obra: White é portador do HIV desde 1985 e perdeu muitos amigos (entre estes, jovens escritores) para a doença. “O homem casado” fala sobre a relação entre um jovem casado com outro homem de meia-idade. Aqui o autor narra a morte do jovem em decorrência da AIDS. Wihte inspirou-se na morte de seu parceiro, Hubert Sorin. Seu trabalho mais recente é “My Lives: an Autobiography” (2005), ainda inédito no Brasil. Leia já!
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