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Ava Gina Fonda

Quando eu nasci meus pais resolveram homenagear três grandes divas na hora de me batizar. Ava Gardner, Gina Lollobrigida e Jane Fonda. Por isso eu me chamo Ava Gina Fonda e sou uma diva tripla.

Conheci minha sparkling female slave husband Anne Carole de la Gorge nos loucos anos 90, na não menos louca San Francisco. Encontrei-a quando procurava um loft no SoMa pra alugar. Eu estava acompanhada de uma corretora sexy e poderosa de tailleur preto, cabelo armado e disposta a tudo, vendo um galpão abandonado pra me mudar com uma trupe de anormais tarados que me acompanhava pra cima e pra baixo alternadamente e, quando fui verificar um dos quartos, sou agraciada com a visão de uma mulher nua e amarrada numa cama de ferro.

Anne Carole. Acho que ela havia participado de alguma orgia S&M e, quando acabou, esqueceram de soltá-la. Provavelmente não pôde gritar porque estava deliciosamente amordaçada com uma g-string de oncinha. Detalhes sobre como isso aconteceu eu não sei, porque seu passado não me interessa. Parem de perguntar.

Então como eu estava falando, achei aquela visão extremamente excitante e resolvi catar a corretora na frente da mulher amarrada. No meio daquele tailleur que parecia que tinha 467 botões, 667 mangas, 49 braços e 4 vezes isso de dedos, achei que a enroladinha podia ajudar, então tirei sua mordaça pra que ela fizesse alguma coisa com a língua.

Ela pediu que soltasse uma das suas mãos porque fazia 3 semanas que uma coceira no nariz a estava torturando e eu respondi nananinanana, que pra sair do casulo tinha que me provar que sabia ser borboleta. Então usando somente os cílios e o lábio inferior (porque o superior estava dormente) ela abriu minhas pernas.

A essa altura eu já tinha pedido pra corretora ir até o seu real estate office buscar um contrato, uma caneta, um pote de manteiga e umas bolinhas de ping pong. Enquanto ela não chegava, Anne Carole e eu escolhíamos os papéis para encenarmos nossa linda história de amor.

Por alguns anos eu fui o sequestrador e ela a vítima com síndrome de estocolmo. Quando cansamos, eu me tornei uma paciente em reabilitação fisioterapêutica e ela, meu médico. Como ela continuava nessas de doutorzinho mas eu tava cansada de usar aparelhos ortopédicos, eu virei a sufragista em greve de fome enquanto ela era o autoritário médico do sanatório, me enlouquecendo em sucessivas sessões de forced feeding. Tive que parar porque estava engordando.

Tio e tia. Padre e sacristão. Irmão e irmã. Irmã e irmã. Sargento e cabo. Pink e cérebro. Foram inúmeros papéis até chegar ao que somos hoje. Foi uma tão doce época na minha vida. Meus pais ficariam orgulhosos, tudo era como num filme e minha concubina superbutch merecia um Oscar e um boquete quando aparecia vestida de capitão do navio, dando ordens com um tapa-Olho, um papagaio no ombro dizendo as palavras mais sujas e gostosas que já ouvi e um vibrador no lugar da mão direita. Hm, sem falar da perna de pau. Bons tempos aqueles.

A partir de hoje estarei aqui relatando as memórias das quais me lembro e comentando filmes, livros, obras de arte que formam o dramático panorama da cultura da mulher que escolhe.

Aguardem que lá vem dedada!

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