Em 2024, os direitos LGBTQ+ na América Latina e no Caribe apresentaram avanços e retrocessos significativos, refletindo um cenário complexo e dinâmico. Na região caribenha, a decriminalização da sodomia em Dominica foi um marco positivo, com a alta corte do país derrubando leis que criminalizavam atos consensuais entre adultos. No entanto, enquanto Dominica avançou, St. Vincent e as Grenadinas enfrentaram um revés, com a Corte mantendo as leis de sodomia, ignorando evidências cruciais e perpetuando estereótipos prejudiciais.
Barbados também deu um passo importante ao revogar formalmente as leis de sodomia, embora a República Dominicana ainda mantenha restrições similares, especialmente entre membros das forças armadas. Trinidad e Tobago continuam em um impasse legal, com a apelação de um caso de decriminalização da sodomia ainda pendente na Corte de Apelação.
No contexto das ilhas britânicas, as leis de sodomia permanecem inativas em locais como Anguilla e as Ilhas Cayman, enquanto as Ilhas Virgens Americanas ainda aguardam a decisão sobre um caso de reconhecimento de casais do mesmo sexo. A eleição de um governo trabalhista no Reino Unido é vista como uma possível luz no fim do túnel para os direitos LGBTQ+ nessas regiões, com pressão para a implementação de parcerias civis.
Nos territórios holandeses, um avanço significativo ocorreu com a decisão do Tribunal de Cassação dos Países Baixos, obrigando Aruba e Curaçao a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, embora ainda haja incertezas sobre os direitos de adoção. Em contrapartida, o Haiti enfrenta uma crise política prolongada que impede o progresso em questões de direitos LGBTQ+.
Na América Central, Honduras eliminou a proibição de doação de sangue por homens que fazem sexo com homens, enquanto outros países, como Guatemala e El Salvador, tentam impor restrições à educação sobre gênero, refletindo a crescente influência de narrativas conservadoras. Costa Rica luta contra a estagnação de um projeto de lei que visa proibir a terapia de conversão.
Na América do Sul, o panorama é igualmente misto. A Argentina experimenta a ascensão de um governo de direita que ameaça retroceder em conquistas anteriores, como as leis de proteção aos direitos LGBTQ+. Entretanto, o Brasil viu importantes vitórias no Supremo Tribunal Federal, incluindo a extensão da licença paternidade para parceiros lésbicos e a obrigatoriedade de escolas em prevenir discriminação contra LGBTQ+.
Em um panorama mais amplo, o Chile e a Colômbia enfrentam desafios na aprovação de leis que garantam proteção e direitos a indivíduos LGBTQ+, enquanto o Peru avança lentamente em direção ao reconhecimento de uniões civis. A situação em Guyana, que ainda possui leis de sodomia, permanece crítica, e ativistas locais continuam lutando por mudanças significativas.
O ano de 2024 foi, portanto, um ano de contrastes, com avanços legais em algumas áreas e uma resistência feroz em outras. A luta pelos direitos LGBTQ+ na América Latina e no Caribe continua, demandando atenção e ação de todos os envolvidos na defesa dos direitos humanos.
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