Após o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, declarar que a Avenida Paulista é um lugar inadequado para a realização da Parada Gay, ontem foi a vez do comandante-geral da Polícia Militar do estado, coronel Álvaro Camilo, reiterar a mesma opinião.
"A avenida Paulista não é o local ideal para grandes eventos. Existem mais de 20 hospitais na região e por ali passam 240 linhas de ônibus. Se você fecha a Paulista sem planejamento a cidade para", disse o coronel ao G1.
Reunido com representantes da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT), o coronel, no entanto, não apontou outro lugar para a realização da Parada. "Isso precisa ser conversado com a Prefeitura e com os órgãos competentes", completou.
Para Alexandre Santos, presidente da APOGLBT, "é uma pena" se a Avenida Paulista deixar de sediar o desfile. "Já foi comprovado que a manifestação é pacífica. Mas o que importa é priorizar a segurança. Temos que sentar e esgotar todas as possibilidades [de negociação]".
Sobre as ocorrências em lugares próximos a Parada durante a manifestação, o coronel declarou que "infelizmente, a polícia não é onipresente". Segundo ele, tem coisas que fogem do controle da polícia. "Queria que ninguém tivesse se ferido", afirmou.
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 1,5 mil PMs participaram da segurança na região, além de seguranças contratados pelos organizadores do evento.
Para 2009, o coronel afirmou que o policiamento será intensificado em regiões próximas a Parada, onde os participantes costumam se reunir após o desfile. Na semana passada, um rapaz morreu depois de ter sofrido traumatismo craniano em decorrência de ter sido espancado na rua Araújo, no centro, no dia da Parada.