Iris Bahr é a minha mais nova escritora preferida de todos os tempos e do mundo inteiro. Ela é autora do livro “Aventuras de uma pseudovirgem – minhas viagens pela Ásia em busca de sexo”.
Ela é metade americana e metade israelense e depois de uma primeira vez frustrada e de prestar serviço no exército de Israel, por volta dos 20 anos, embarcou numa aventura. Colocou uma mochila nas costas. Virou mochileira e partiu para uma viagem em lugares inusitados da Ásia. Foi pra Tailândia, Vietnã e agora estou lendo a parte em que ela está no Nepal.
Tá rolando toda uma identificação entre a escritora e eu. Toda uma identificação. Primeiro que ela vive se metendo em enrascadas amorosas e frustradas experiências sexuais – na verdade o máximo de experiências sexuais que ela tem é quando se masturba. Se apaixona por um cara que transa de graça com prostitutas de graça, mas não come ela de jeito nenhum. Depois ela esse cara e um amigo dele se jogam numa montanha, numa tribo onde tem "o mais puro" ópio e ela fica lá entediada enquanto os dois ficam uma semana loucos.
Na parte que estou lendo, Iris acaba de conhecer dois caras (também israelenses) no Nepal. Se apaixonou por um, mas o outro beijou ela primeiro. E esse outro é fofo e gentil e quanto mais gentil ele é, mais fria ela vai ficando com ele. Agora o segundo deu um beijo nela e ela que já estava apaixonada, tá adorando o cara andar dois passos a frente dela e ignorar completamente sua presença.
Parei na parte em que ela diz que é “logisticamente impossível” fazer sexo com o cara, de dia eles passam quase dez horas fazendo trilha e a noite ficam esgotados, fora que o quarto onde dormem eles dividem com mais um grupo de mochileiros.
O livro é uma viagem. Não pelo fato de Iris descrever os lugares e as situações, mas de fazer isso de um jeito peculiar, cheio de ironia, sarcasmo, autocomiseração e um pouco de auto tiração de sarro. Iris sabe rir de si mesma. Essencial até para quem, diferente dela, não é comediante e/ou humorista…