Bad Bunny, o renomado cantor porto-riquenho, tem se destacado na cena musical mundial ao reivindicar e celebrar a rica cultura de sua ilha natal. Em seu mais recente álbum, “Debí tirar más fotos”, ele incorpora ritmos e instrumentos tradicionais como a plena, a salsa e o cordófono quatro, fundindo-os com o reguetón. Essa mistura não apenas promove a identidade cultural de Porto Rico, mas também oferece uma plataforma global para a música tradicional da ilha.
Joseph Ocasio, diretor de Los Pleneros de la Cresta, uma das colaborações de Bad Bunny, enfatiza a importância dessa visibilidade: “A plena é um mecanismo de resistência”. Ele acredita que a música pode transmitir a história e as lutas do povo porto-riquenho, e a contribuição de Bad Bunny para a plenitude é um passo significativo para a valorização desse gênero musical, que tem raízes profundas na história da ilha.
O tema “Café con ron”, que conta com a participação de artistas emergentes como Chuwi e Omar Courtz, é uma celebração das tradições locais. Ocasio explica que a canção busca mostrar ao mundo as qualidades únicas dos porto-riquenhos, destacando o chinchorreo, uma rota cultural que combina comida e bebida típicas de Porto Rico.
A plena, com suas origens entre os trabalhadores escravizados e agricultores, é um gênero que não só entretém, mas também educa, abordando temas sociais e históricos. Durante as festividades de Natal, o som vibrante dos pandeiros da plena ressoa nas parrandas, uma tradição que Bad Bunny tem promovido, incluindo performances na televisão americana, como no “The Tonight Show” com Jimmy Fallon.
Outro aspecto importante do novo álbum é a presença do quatro, considerado o instrumento de corda nacional de Porto Rico. José Eduardo Santana, que toca o quatro em “Pitorro de coco”, expressa sua felicidade ao ver o instrumento ganhando reconhecimento mundial e inspirando as novas gerações a aprendê-lo.
Bad Bunny também está comprometido em apoiar novos talentos da música porto-riquenha, como os alunos da Escola Livre de Música de Porto Rico, que contribuíram com a faixa “Baile inolvidable”, que se destacou nas paradas musicais globais.
Os jovens músicos de Chuwi, que também estão em ascensão, ressaltam a importância de compartilhar suas raízes em suas composições e expressam um desejo de criar um centro cultural para promover a música tradicional em Porto Rico.
Através de sua música, Bad Bunny não só celebra a cultura porto-riquenha, mas também aborda questões sociais, como a luta contra a colonização e a gentrificação da ilha. Com uma série de 30 concertos programados para julho de 2025, intitulada “No me quiero ir de aquí”, ele promete continuar defendendo a identidade e a cultura porto-riquenha em um cenário internacional. O sucesso inicial das vendas de ingressos para essas apresentações demonstra o forte apoio que ele tem de sua comunidade e fãs ao redor do mundo.
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