Deputado Marco Feliciano se reuniu na quarta-feira (10) com parlamentares da bancada evangélica para protestar contra a Parada do Orgulho LGBT e a favor de uma lei chamada por eles de "cristofobia", durante a sessão da Câmara dos Deputados.
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Ele, que já havia divulgado imagens que NÃO ocorreram na Parada para se manifestar contra o episódio da "travesti crucificada" na internet, voltou a trazer as mesmas imagens em um cartaz.
Nelas, há sexo explícito com imagens consideradas sagradas, o que aliado ao discurso contra a Parada do Orgulho LGBT leva crer que elas ocorreram durante a manifestação do último domingo (7). Na verdade, os atos foram realizados em outras manifestações, como na Marcha das Vadias, em 2013.
"Quem vê aquelas imagens junto com a manifestação que fiz não quer nem saber qual é o discurso que temos. Ele manipulou para que as pessoas ficassem contra", declarou a atriz Viviany Beleboni, que teve se manifestou crucificada. "Não estava representando Jesus, estava representando a dor que os GLBT sofrem".
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No protesto, os parlamentares interromperam a votação da reforma política e não receberam nenhum tipo de advertência do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também evangélico. Ao contrário, eles gritavam palavras de ordem como "respeito" e "família" e chegaram a rezar um "Pai-Nosso", finalizado com um "viva Jesus Cristo".
O deputado Roberto Freire (PPS-SP) reclamou da reza durante o ato e foi vaiado pelos deputados evangélicos. "Eu respeitei a manifestação, mas não pode ter nenhuma reza neste plenário. Tem que se respeitar o plenário. Vamos respeitar a República laica brasileira".
Rogério Rosso (PDT-DF), autor do projeto de lei que torna crime hediondo a profanação de símbolos religiosos e a discriminação de religiões, chamado de "cristofobia", discursou contra a Parada e disse que os LGBT "conseguiu unir todas as religiões".